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Ex-dono do Banco Cruzeiro do Sul é solto do Cadeião de Pinheiros
Justiça Federal concede habeas corpus a Luis Octávio Indio da Costa
A Justiça Federal concedeu ontem habeas corpus para liberar o banqueiro Luis Octávio Indio da Costa, ex-dono do Banco Cruzeiro do Sul, preso desde 22 de outubro no Cadeião de Pinheiros (zona oeste), em São Paulo.
A decisão foi do desembargador José Lunardelli, do TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo. Ele foi solto na noite de ontem.
O banqueiro é suspeito de crimes contra o sistema financeiro e crimes contra o mercado de capitais, além de lavagem de dinheiro, segundo a Polícia Federal. Por esses crimes, ele pode pegar entre 1 e 12 anos de prisão, caso seja condenado.
A prisão preventiva foi pedida à Justiça pela Polícia Federal, em razão de um inquérito na Delegacia de Repressão aos Crimes Financeiros. O pai do banqueiro, Luis Felipe, está mantido em prisão domiciliar em sua casa no Rio desde o dia 23.
Segundo o advogado Roberto Podval, que defende Indio da Costa, não tinha sentido o banqueiro aguardar preso enquanto espera a conclusão do inquérito administrativo. "Ele nem foi ouvido ainda nesse inquérito."
O inquérito foi instaurado em junho, após o Banco Central constatar fraudes contábeis e indícios de operações de crédito fictícias no Banco Cruzeiro do Sul.
Segundo a PF, ao longo da investigação foram detectadas outras condutas criminosas em fundos de investimento, que deixaram como vítimas dezenas de investidores.
Antes de liquidar o Cruzeiro do Sul, o Banco Central nomeou como interventor o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), com a missão de encontrar um comprador e de negociar com os credores.
O fundo chegou a propor um "perdão" de 49% para os credores, mas a operação não foi adiante pela falta de um comprador.
A venda do banco foi inviabilizada por uma série de questões legais e comerciais.