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Doações ocultas representam 70% da arrecadação

FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE VALMAR HUPSEL FILHO DE SÃO PAULO

Candidatos eleitos no primeiro turno nas principais cidades do país obtiveram quase 70% de sua arrecadação por meio de doações ocultas.

Ao todo 34 prefeitos eleitos em capitais e municípios com mais de 200 mil eleitores arrecadaram R$ 83 milhões (69% do total) com repasses de origem não identificada.

Os dados constam na prestação de contas divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As receitas e despesas dos cem candidatos que disputaram o 2º turno há duas semanas não terminaram de ser contabilizadas.

Na doação oculta, a candidatura recebe repasses das direções partidárias ou de comitês financeiros dos partidos. O método, que não é proibido, ajuda a desvincular a participação de empresas em campanhas eleitorais, já que a entidade privada faz a contribuição para o comitê.

Entre os que venceram no primeiro turno há cinco casos em que quase toda a campanha foi custeada com doações ocultas. A recordista foi Teresa Surita (PMDB), eleita em Boa Vista (RR), que arrecadou toda a quantia para a campanha dessa maneira.

Nas maiores capitais, José Fortunati, reeleito pelo PDT em Porto Alegre, obteve 97,5% de sua arrecadação no modo oculto. Em Anápolis (GO), só R$ 600 dos R$ 625 mil arrecadados por Antonio Gomide (PT) estão identificados. Dos 35 eleitos em primeiro turno nas maiores cidades, só os dados do vencedor em Caxias do Sul estavam indisponíveis.

As doações ocultas também retratam o interesse da direção nacional dos partidos por certas disputas. As legendas aplicam recursos de seu caixa central em cidades que podem render mais dividendos nas eleições seguintes.

O PSDB nacional, que tenta aumentar sua influência no Nordeste, enviou R$ 3,2 milhões ao candidato eleito em Maceió, Rui Palmeira, que mesmo assim deixou dívida de R$ 1 milhão. Outro que deixou dívidas foi o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB): R$ 6,6 milhões.


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