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Ribeirão

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Para especialistas, é preciso diversificar meios de transporte

Eles dizem que é necessário investir em alternativas, como um sistema de ônibus rápidos e circulação a pé

Veículos leves sobre trilhos são outra saída para desafogar a cidade, que tem 1,5 habitante por veículo

LUIS FERNANDO WILTEMBURG COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Enquanto a prefeitura aposta na readequação do transporte coletivo por ônibus para desafogar as ruas de Ribeirão Preto, especialistas afirmam que a medida é paliativa e que a cidade necessita de mais alternativas de fluxo rápido.

Mestre em transporte pela USP e professor da faculdade Moura Lacerda, Creso de Franco Peixoto diz que o trânsito sufocado é uma tendência mundial e que, em Ribeirão, atingiu níveis onde não há mais solução se se mantiverem as ruas como estão.

"Estamos com um nível de motorização considerado excessivo para que se continue usando a fórmula de aumentar ruas, avenidas e faixas de trânsito", diz Peixoto. Há 1,5 habitante para cada veículo no município.

Para a atual situação, o plano ideal é diminuir os espaços de carros e motos e incentivar o uso de ônibus e a circulação a pé. Porém, para funcionar, teria de ser adotado o sistema BRT (Bus Rapid Traffic, ou tráfico rápido de ônibus), semelhante ao adotado em Curitiba (PR).

Nele, os coletivos trafegam em velocidade maior, em faixas exclusivas, e fazem menos paradas nos pontos, incentivando o uso do sistema de transporte de massa.

Outro ponto é o investimento em segurança pública, para que as pessoas voltem a andar a pé pelas ruas sem o medo de serem assaltadas, por exemplo.

NUMA SÓ DIREÇÃO

Mais heterodoxa, como ele próprio classifica, outra alternativa que pode ajudar a desafogar o centro seria criar uma rótula de trânsito rápido. Nela, grandes avenidas teriam todas as pistas seguindo em apenas uma direção.

"Seria como colocar a Francisco Junqueira, a Jerônimo Gonçalves, a Caramuru, a João Fiúsa e a Presidente Vargas, todas com mão única. É uma alternativa que já foi pensada para Campinas, e deveria se pensar também para Ribeirão Preto."

Mais ortodoxo, o especialista em transportes e professor titular da USP José Bernardes Felex diz que é necessário obter a confiabilidade no transporte coletivo, mas faz ressalvas ao modelo adotado por Ribeirão Preto, que valoriza o ônibus.

Para ele, o ideal seria diversificar as soluções, como o veículo leve sobre trilhos, que cumpre trajetos de formas mais rápidas.

"Enquanto Ribeirão Preto não pensar em seu futuro e adotar, por exemplo, o transporte com trilho, que possa passar por cima das vias, não tem jeito [de melhorar]", diz.

Ele também afirma que as melhorias com adaptações do transporte coletivo mantendo as vias atuais, conforme prevê o atual contrato para exploração do serviço, só serão efetivas por um tempo.

De acordo com José Felex, mesmo o transporte por ônibus tem uma capacidade máxima e só funcionaria com a eliminação dos carros das ruas. Mas ele mesmo diz que isso é inviável. Uma "solução" que nunca acontecerá.


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