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'Quero nossas últimas fotos', afirma marido de vítima grávida

DO ENVIADO A PINDAMONHANGABA (SP)

"A única coisa que quero agora é ir ao enterro da minha mulher. Queria também que recuperassem nossa máquina fotográfica. É só ir lá que está lá. Quero ver nosso último momento juntos. Tiramos fotos sentados juntos, eu coloquei a mão na barriga dela e a minha filha se mexeu."

Esses eram os pedidos, ontem, de Rubens Vockt Carvalho de Araújo, 42, gerente de projetos de um banco e morador da zona sul paulistana. Ele perdeu no acidente a mulher, Adriana, 35, grávida de seis meses e meio de uma menina. O bebê também não resistiu.

Além de Adriana, Araújo passeava no bondinho da Estrada de Ferro Campos do Jordão com os filhos Natália, 11, e Matheus, 6, e a sobrinha Jaqueline, 12. "Percebemos que o trem estava indo muito rápido. O maquinista também percebeu e gritou: 'Não quer parar, não quer parar'. E eu perdi a minha esposa e minha filha", disse ele à Folha.

Natália quebrou a perna, Matheus e Jaqueline saíram ilesos. Araújo quebrou bacia, perna e braço esquerdos.

"Não ficou um banco sequer no lugar. Vieram parar em cima de mim. Dirijo, então sei estimar velocidade. [O bondinho] Estava a uns 80 ou 90 km por hora", contou.

Segundo Araújo, o trajeto de ida, pelo bondinho, foi tranquilo até Campos do Jordão. Na volta, tudo normal até a primeira parada, em Santo Antônio do Pinhal.

"Eu não vi nenhum cinto de segurança, nenhuma fivela, nada. As pessoas levantavam para ver a paisagem."

Araújo e sua mulher estavam casados havia 18 anos. A Folha conversou com ele às 14h de ontem no pronto-socorro de Pindamonhangaba, onde permanecia internado.

Já engessado, ele estava em cima da mesma prancha de madeira cheia de sangue e terra da qual fora retirado um dia antes do local do acidente.

Além de uma investigação séria sobre o acidente, pedia translado a um hospital de São Paulo.


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