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DENIS CISMA denis@cisma.com.br

A sorte de Ari Rocha

Seu protótipo, o Aruanda, foi o primeiro veículo conceito do Brasil, projetado para ser um carro elétrico de dois lugares

Ari Rocha se julga um cara de sorte.

Por sorte, diz ele, ganhou o prêmio de design no Salão do Automóvel de 1964. Seu protótipo, o Aruanda, foi o primeiro veículo conceito do Brasil, projetado para ser um carro elétrico de dois lugares de uso compartilhado na cidade.

Após o prêmio, foi estagiar na GM nos EUA, onde teve a sorte de dar uma volta em um protótipo que viria a ser o Corvette Stingray.

E como já estava por lá e colaborava com a revista Quatro Rodas, por sorte foi fazer a cobertura das 500 Milhas de Indianápolis.

Iniciante em eventos internacionais, Ari viu seu ídolo, Jim Clark, lendário piloto escocês, sozinho nos boxes da Lotus. Sem pensar, invadiu o espaço para tentar falar com ele. Vieram, é claro, dois brutamontes para enxotá-lo.

"Peraí, não me arremesse, eu mesmo dou a cambalhota daqui para fora". A piada deu certo e ele teve tempo para dizer que era brasileiro e que só queria dar um recado: "Jim, você vai ganhar!".

Sorte ou não, Clark venceu a prova e, na hora das fotos, reconheceu Rocha: "Hey, lucky brazilian!". Foi assim que convidaram o sortudo a festejar na ala da equipe Lotus, onde conheceu o piloto Graham Hill.

Anos depois, Rocha foi cobrir Le Mans. Por ter fama de sortudo, foi convidado para conhecer o carro que seu amigo Hill iria pilotar, o mítico Ford GT40 de Carroll Shelby. Perguntaram para Rocha se ele era piloto. "Piloto não sou, mas piloto". Estavam tão orgulhosos do trabalho que fizeram na ventilação do carro que pediram para o brasileiro experimentá-lo.

E foi assim que deu uma volta de GT40 em Le Mans, sentindo-se o sujeito mais sortudo do mundo.

E ainda deu sorte aos GT40, que dominaram o campeonato por quatro anos.

Além disso, Rocha foi premiado no Salão de Turim, conheceu Enzo Ferrari, Pininfarina e Bertone, ajudou a projetar os vagões do Metrô de São Paulo. Fica claro que, no meio dessa sorte toda, há muita modéstia.


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