HBO contrata Duvivier para fazer piada com situação política do país

Crédito: Marcello Fim/Framephoto O ator, escritor e roteirista, Gregorio Duvivier um dos socios-fundadores do "Porta dos Fundos" em bate-papo com os participantes na Campus Party Brasil 2017 nesta quinta-feira (02/02), no Pavilhao de Exposicoes do Anhembi, zona norte de Sao Paulo. A edição deste ano contara mais com 700 horas de conteudo espalhados em oito palcos temáticos. O evento tambem reserva workshops, area de games, maratonas de programacao, e arena para startups e makers. Foto: Marcello Fim / Frame Photo *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Gregorio Duvivie em evento em São Paulo

FELIPE GIACOMELLI
DE SÃO PAULO

Foi a partir de um vídeo de uma polêmica declaração de Michel Temer que o apresentador John Oliver comentou, no último domingo (12), as reações ao Dia Internacional da Mulher em todo o mundo.

Na comparação, Vladimir Putin foi considerado pelo apresentador um "modelo de sensibilidade" diante da fala de Temer, que disse que só a mulher é capaz de indicar "desajustes" de preço no supermercado, entre outras pérolas.

Este é um exemplo de como o clima quente da política brasileira se tornou prato cheio para atrações que fazem piada com os acontecimentos, como é o caso do americano "Last Week Tonight", de Oliver, na HBO.

Para repetir o sucesso dos EUA, a emissora tem levado a produção para outros países e, em maio, estreia a versão brasileira, a ser apresentada por Gregorio Duvivier, humorista e colunista da Folha.

"O formato vem se popularizando nos Estados Unidos nos últimos 20 anos, quando se descobriu esse nicho. Aqui, a questão era encontrar a pessoa e adaptar o formato", diz Roberto Rios, vice-presidente de produção da HBO na América Latina.

Ainda sem título anunciado, o novo programa terá 20 episódios de 30 minutos e vai ao ar às sextas (o de Oliver é aos domingos). Rios afirmou que Duvivier terá liberdade para falar de todos os assuntos, além de poder levar seu estilo ao programa.

A ideia da HBO é que o fato mais quente da semana seja comentado, mesmo que seja preciso alterar o que seria levado ao ar na última hora.

"Nas eleições dos EUA, a gente sabia que a vitória de Donald Trump impactaria o México. Então, não podíamos gravar o programa antes do resultado e dizer 'quem será que vai ganhar a eleição?' ou 'o que acontecerá com o México se Trump vencer?'. Tínhamos de começar com 'Trump ganhou'", diz Rios.

Apesar de as comparações com Oliver serem inevitáveis, é em Chumel Torres, comandante da versão mexicana da atração, que a HBO vê semelhanças com Duvivier.

Assim como o brasileiro (que ganhou destaque quando canal Porta dos Fundos estourou no YouTube), Chumel já era uma webcelebridade antes de ir para a TV.

ALÉM DO AVIÃO

Entre as 14 produções brasileiras da HBO previstas para os próximos anos (veja quador ao lado) está "Santos=Dumont", uma minissérie de seis horas sobre a vida do inventor do avião 14 Bis.

"Se a gente fizesse um longa, ia ficar só no que é falado sempre sobre ele: o relógio Cartier, ir de dirigível tomar um café em Paris, que quase morreu uma vez e da fobia do número sete. A gente quer contar a história de maneira mais completa", diz Rios.

AS NOVIDADES

Séries de ficção
Além de "Santos=Dumont" e do programa de Duvivier, a HBO terá "A Vida Secreta dos Casais", escrita e protagonizada por Bruna Lombardi, a terceira temporada de "Psi" e a segunda de "O Hipnotizador"

Séries documentais
São sete novidades, a começar pela segunda temporada de "A Grande Luta". Há também "Fora do Armário", "Milton - Pelo Mundo" (sobre Milton Nascimento), "O Nome Dela É Gal" (de Gal Costa), "Outros Tempos - Velhos", "Trabalho Escravo" e "Transamazônica"

Filmes documentais
"Ópera Aberta", com o diretor Fernando Meirelles no comando de uma ópera em Belém e "Primeiro Bailarino", sobre Thiago Soares, do Royal Ballet de Londres

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