A inadimplência em recursos livres no Brasil avançou em outubro para o nível mais alto em quase quatro anos, segundo dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira (28), em meio ao alto custo dos empréstimos após o agressivo ciclo de aperto monetário.
A inadimplência em recursos livres, em que os bancos têm autonomia para definir taxas de juros, aumentou de 4,10% em setembro para 4,20% em outubro, chegando ao maior patamar desde agosto de 2018.
Ao mesmo tempo, o spread bancário no mesmo segmento ficou em 30,3%, ante 28,6% registrados em setembro.
O BC fez um alerta recentemente sobre riscos à estabilidade financeira do país em um eventual cenário de elevação de gastos públicos e incerteza sobre a trajetória de endividamento do governo, com impacto sobre prêmios de risco e expectativas de inflação.
De acordo com o BC, a capacidade das pessoas físicas de pagar se deteriorou mesmo diante de indicadores melhores para a economia e o mercado de trabalho.
O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,0% em outubro na comparação com setembro, a R$ 5,215 trilhões, correspondente a 54,9% do PIB (Produto Interno Bruto), mostraram os dados do PIB. Em 12 meses, a taxa desacelerou a 15,8%, ante 16,4% em setembro.
O BC prevê aumento de 14,2% do crédito este ano.
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