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Para economista, leitura do governo sobre produção industrial está errada
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MELINA CARDOSO
DE SÃO PAULO
O PIB (Produto Interno Bruto) fechou o primeiro trimestre do ano com alta de 0,2% ante os três últimos meses de 2011, na comparação livre de influência sazonais. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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O destaque negativo ficou com o setor de agropecuária. Houve redução de 7,3% em relação ao último trimestre de 2011 e 8,5% na comparação com igual período de 2011.
Para o economista Fabio Kanczuk, da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), a queda não deve ser considerada preocupante, porque o setor tende a ser instável. O especialista afirma, porém, que o diagnóstico do governo sobre a atividade industrial está errado.
"O resultado do PIB mostra que o consumo está forte. O que está fraco é o investimento das empresas".
O governo tem afirmado que o consumo das famílias está baixo por conta do endividamento, lembra o professor. E como consequência, tem desonerado alguns setores.
Segundo Kanczuk, além da falta de investimento das empresas, é preciso uma reforma estrutural --que vai além das isenções. "O caminho é árduo, é preciso enxugar a máquina e reduzir carga tributária de forma permanente", diz o especialista.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, a economia brasileira cresceu 0,8%, o pior resultado desde o terceiro trimestre de 2009 (-1,5%). No acumulado dos últimos quatro trimestres encerrados em março, o PIB subiu 1,9%.
A indústria cresceu 1,7% em relação ao último trimestre de 2011, mas teve alta de apenas 0,1% na comparação com mesmo trimestre do ano anterior.
Já os serviços, sob impacto do bom desempenho do mercado de trabalho (renda em alta e baixa taxa de desemprego), tiveram alta de 0,6% frente ao último trimestre de 2011 e de 1,6% na comparação anual.
O consumo das famílias manteve o mesmo ritmo de expansão do último trimestre de 2011 (1%). Foi sustentado pelo emprego e pela renda em alta, que impulsiona a aquisição de serviços e bens de menor valor.
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