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Alunos da rede pública serão obrigados a ver filmes nacionais
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FABIO RODRIGUES
DE SÃO PAULO
Estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas serão obrigados a assistirem, no período de um mês, a pelos menos duas horas de filmes nacionais. A proposta faz parte de um projeto de lei, aprovado nesta terça-feira (25) em caráter terminativo, pela Comissão de Educação do Senado.
De acordo com o texto, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), essa exibição passa a ser um dos componentes do currículo escolar. O objetivo, segundo o político, é disseminar a cultura na rede pública a um custo reduzido e despertar nas crianças o interesse pelas produções nacionais.
"Escola sem cultura não é escola. É difícil fazer teatro em todas as escolas, mas cinema é perfeitamente possível. Com isso, a gente vai criar uma demanda para os filmes no futuro. Quando essas crianças crescerem, vão começar a ir ao cinema com mais frequência, entender e gostar mais dos filmes brasileiros", declarou o senador à Rádio Senado.
Para Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp (Universidade de Campinas), o projeto é interessante para a formação, mas ele não deve se resumir apenas a uma prática de recreação.
"Tudo depende do método que será utilizado para trabalhar o conteúdo. Dá para aprender assistindo filmes, agora é preciso que o professor que conduz uma atividade como esta esteja muito bem preparado, senão é mais um tempo perdido dentro da sala de aula", diz Malavasi.
Maria Peregrina de Fátima Rotta Furanette, coordenadora do curso de pedagogia Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Presidente Prudente, diz que a medida é importante para resgatar a cultura brasileira. Segundo ela, é necessário, porém, criar um projeto pedagógico para que o trabalho dê resultados.
"O professor precisa aprender a escolher bem os filmes assim como está aprendendo a escolher os livros didáticos. Ele tem que saber da qualidade dos filmes de acordo com a faixa etária com que ele vai trabalhar", diz Furanette.
Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanette
Caso não seja apresentado recurso para que o texto seja analisado pelo Plenário, o projeto seguirá agora diretamente para a Câmara dos Deputados.
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