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Chegada de blindados ao Rio intensifica clima de guerra; ouça relato
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DE SÃO PAULO
O clima é de guerra na Penha (zona norte) no Rio de Janeiro. A situação se intensificou com a chegada dos seis tanques blindados da Marinha, modelo M113, usados para furar bloqueios criados por traficantes.
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Tão logo os blindados começaram a subir a rua que dá acesso à favela Vila Cruzeiro, começou um tiroteio, relata Fábia Prates, repórter da Folha no Rio.
"Nas ruas o clima é de medo. Lojas fecharam as portas e moradores ficaram sem ter como se locomover pela manhã", conta a jornalista.
ENTENDA OS ATAQUES
Desde o fim de semana o Rio vem sofrendo uma série de ataques criminosos. O balanço geral até agora é de 27 mortos e 46 veículos incendiados, contando com um ônibus queimado na manhã desta quinta. Nove incêndios aconteceram entre as 20h da noite de quarta-feira (24) e o início da madrugada de hoje.
Na segunda-feira (22), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ligaram a série de ataques à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais.
Beltrame não descartou novos ataques de 'traficantes emburrados' e afirmou que o Rio não mudará a política de segurança pública.
Para o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, a onda de arrastões e de veículos incendiados na cidade é uma ação orquestrada por uma única facção criminosa com objetivo de causar medo na população e de desacreditar a política de segurança pública do Estado. Ele não citou o nome, mas se referia ao Comando Vermelho.
Para tentar conter a articulação de líderes de facções criminosas, Beltrame pediu na terça-feira ao Tribunal de Justiça a transferência de pelo menos oito presos para presídios federais.
Uma investigação da polícia do Rio aponta também para uma articulação entre traficantes de duas facções criminosas para uma eventual mega-ação de confronto para o próximo sábado, dia 27.
Nas conversas entre traficantes interceptadas pela polícia aparecem sugestões de atirar contra as sedes dos governos estadual e municipal e lançar explosivos em áreas de grande aglomeração, como shopping centers na zona sul e pontos de ônibus.
O policiamento nas ruas foi reforçado, com os agentes colocados em estado de alerta, e operações foram deflagradas para impedir que o confronto se materialize.
Foi ventilado por integrantes das facções criminosas o planejamento de ações para atingir diretamente familiares do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
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