Repórter da Folha relata situação de insegurança no Egito

A cidade de Suez amanheceu calma neste domingo, mas com um cenário de muita sujeira, carros queimados e a ocupação do Exército nas ruas, relata André Lobato, repórter da Folha no Egito.

Em Dahab, são os os moradores os responsáveis pela segurança. Com barricadas montadas nos quarteirões, a população se reúne em grupos e revista cada carro que passa pelo local.

"Apesar do clima, as crianças jogavam bola nas ruas, idosos tomavam chá, é uma mescla de paranoia de segurança com tranquilidade", diz o repórter.

Segundo Lobato, há um boato sendo divulgado, inclusive por canais de TV, de que o governo retirou de propósito a Força de Segurança do país e queimou prédios públicos em que havia documentos.

André Lobato

Segundo a CNN,desde a última terça-feira (25), o Egito já contabiliza ao menos 38 mortos em decorrência dos protestos contra o ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no comando do país.

Agências internacionais, no entanto, sugerem que o número de vítimas já seja maior. A Reuters menciona ao menos cem mortos. A Al Jazeera, emissora com base no Qatar, fala em 150 mortos.