Institutos de pesquisa divergem em boca de urna no Equador

SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL A QUITO

Assim que saiu o resultado da pesquisa de boca de urna do instituto Cedatos, às 17h (19h de Brasília), apontando uma vitória do oposicionista Guillermo Lasso, por 53,02%, contra 46,98% do governista Lenín Moreno, os apoiadores do candidato conservador saíram às ruas para festejar.

Lasso tampouco se conteve. Fez um entusiasmado discurso, falando do início de uma "etapa de mudança, liberdade e democracia no Equador".

Na sequência, o oposicionista também foi às emissoras de TV e deu entrevistas explicando quais seriam suas primeiras medidas. Disse que manteria partes da Constituição promulgada por Correa que se referiam a avanços sociais, mas que mudaria vários artigos relacionados à administração da economia.

Enquanto isso, Moreno fez um sereno discurso dizendo que esperaria os resultados oficiais, mas que se considerava ganhador.

A partir das 19h (21h), quando saiu o resultado de um outro instituto de pesquisas, o Perfiles de Opinión, dando Moreno adiante de Lasso (por 52,2% contra 47,8%), o governista mudou de postura.

Fez um novo discurso, dessa vez mais inflamado, acusando o Cedatos de estar comprometido com Lasso, e chamou as pessoas que estavam diante do palco armado na avenida de los Shyris para que se deslocassem até a sede do CNE para "defender o voto dos equatorianos".

A guerra dos institutos de pesquisa já havia ocorrido no primeiro turno. Na ocasião, assim que foram divulgadas as primeiras bocas de urna, ambos os candidatos saíram às ruas para comemorar.

O instituto Cedatos tinha sido o que havia chegado mais perto do resultado. Já o Participación Ciudadana, ONG dedicada a sondagens eleitorais, declarou, às 20h10 (22h10) que sua sondagem apontava um "empate técnico". "De nossa parte, não podemos afirmar que exista um ganhador", declarou a diretora da entidade.

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.