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Venezuela nega pedido da ONU para suspender prisão de presidente da Globovisón
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DA EFE
O embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, Jorge Valero, rejeitou nesta quinta-feira o pedido do relator para a liberdade de expressão do organismo, Frank La Rue, para que seja suspensa ordem de prisão contra o presidente do canal oposicionista de Globovisión, Guillermo Zuloaga, e seu filho, de mesmo nome.
Em comunicado, o diplomata qualificou a solicitação de "uma nova e inaceitável intromissão" do relator da ONU. O embaixador destacou que o relator é de origem guatemalteca, mas de nacionalidade americana.
"Não há dúvida de que La Rue sempre atua de acordo com os setores políticos que tentam, de maneira reiterada, desconhecer o Estado de direito e de Justiça que existe na Venezuela", afirmou.
Valero garantiu que Caracas pedirá ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a destituição do relator pelo "excesso recorrente de suas funções", embora seu cargo dependa do Conselho de Direitos Humanos do organismo, que tem sua sede em Genebra.
Pedido
Em comunicado divulgado hoje, La Rue pôs em dúvida os verdadeiros motivos da ordem de detenção contra Zuloaga.
"Nenhum governo no mundo tem o direito de silenciar as críticas ou a voz dos opositores através de procedimentos penais", assinalou La Rue através de uma declaração pública emitida em Genebra.
Sustentou que "este último ato de assédio contra Zuloaga é sintomático do continuo deterioração da liberdade de imprensa no país".
O analista independente, quem vigia a promoção e proteção das liberdades de expressão e opinião por mandato do Conselho de Direitos Humanos da ONU, expressou igualmente suas dúvidas sobre as "motivações políticas" da ordem de detenção contra Zuloaga e seu filho.
O relator da ONU indicou que desde 2001, funcionários da rede de televisão foram vítimas de atos de assédio e intimidação, que já em 2008 deram lugar a uma medida cautelar em seu favor por parte da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Prisão
Uma corte divulgou uma ordem de prisão contra Zuloaga e seu filho, também chamado Guillermo, na sexta-feira (11). Procuradores querem que Zuloaga fique preso enquanto aguarda julgamento por acusações de usura e conspiração por manter 24 carros novos guardados em uma de suas propriedades.
Zuloaga, que também tem várias concessionárias de automóveis, chamou as acusações de falsas e acusou os procuradores de estarem agindo a mando de Chávez. Ele é o sócio majoritário da Globovison e deixou o país para evitar ser preso, após mandado de prisão contra ele ter sido emitido.
Com esse caso, são dois os proprietários da empresa Globovisión fora da Venezuela. Um sócio minoritário, Nelson Mezerhane, está na Flórida, EUA, onde estava coincidentemente quando o governo anunciou, na segunda-feira (14) que estava assumindo o controle de seu banco por supostos problemas financeiros.
Mezerhane disse à rede americana CNN que não voltaria à Venezuela agora. O presidente esquerdista Hugo Chávez tem constantemente acusado a Globovisión de conspirar contra ele e tentar sabotar seu governo.
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