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06/07/2008 - 02h30

Arrocho salarial, Cotas, Futebol, Judiciário, Militares, Ditadura, Vilão negro

da Folha Online

Arrocho salarial

"Ao ler o artigo 'Luta de classes no Brasil' ('Tendências/ Debates', 3/7) ocorreu-me que seu autor, o senhor Eduardo Graeff, fala com conhecimento de causa do salário dos professores e, por extensão, do funcionalismo federal em geral. Durante os oito anos do governo a que serviu, a massa dos servidores públicos não teve nem um centavo sequer de aumento, no que foi reconhecidamente o maior arrocho salarial da história pátria e fez com que a nata desses servidores abandonasse os empregos públicos em busca de sobrevivência condigna. Isso, associado ao fato de que nesse mesmo período não houve reposição dos funcionários que se aposentavam, causou o desmantelamento do serviço público federal.
Somente a partir de 2003 a reposição das perdas salariais acumuladas foi retomada, assim como a reposição e o incremento de quadros essenciais ao pleno funcionamento da máquina pública. Um belo exemplo disso foi o expressivo aumento, por concurso, do efetivo da Polícia Federal que, antes inerte, passou a apresentar, às centenas, operações que resultaram em inúmeras prisões de criminosos de vários tipos, especialmente corruptos, de colarinho branco, pedófilos e contrabandistas."

ALFREDO SPÍNOLA DE MELLO NETO (São Paulo, SP)

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Cotas

"Venho aqui protestar contra o projeto de lei da senadora Ideli Salvatti, que propõe um projeto de lei em que 50% das vagas das universidades públicas serão destinadas a alunos do ensino público. Tal projeto é apenas um paliativo que ignora a precária condição do ensino básico público no país, além de ser extremamente racista ao garantir direitos de acordo com a cor de pele (negros e pardos) e etnia (índios). Peço que se denuncie isso ao grande público e motive os nove senadores necessários para fazer recurso e impedir a ida do projeto à Câmara dos Deputados."

FLÁVIO CRUZ FERRO (São Paulo, SP)

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Futebol

"O cenário apresentado pela torcida no Maracanã pela derrota do Fluminense na final das Libertadores poderá ser comparada, infelizmente, com a Copa do Mundo de 1950 no mesmo estádio. Uma euforia, uma esperança e, logo em seguida, o choro, o desespero e a desilusão de um time que demonstrou durante o campeonato superioridade, liderança, convencimento, força e confiança da nação desportiva brasileira. Futebol é assim. Não há lógica e nem sempre vence o mais temido. É a força dos astros."

ANTONIO ROCHAEL (Iguape, SP)

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"Eu creio em Deus, mas são ridículas as declarações dos jogadores de futebol quando dizem que 'Deus me abençoou' ou 'eu fui iluminado', como disse Washington, do Fluminense, após marcar um gol decisivo. Pois nesta quarta-feira o mesmo Washington perdeu um pênalti. Será que Deus o abandonou? O Todo Poderoso não sabe bater pênalti?"

DEMÉTRIO ANTONIO ZACHARIAS (São Paulo, SP)

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Judiciário

"É de uma hipocrisia sem tamanho a postura de alguns membros do nosso Judiciário. Como eleitor, cidadão e contribuinte, tenho o direito de saber quem são os candidatos a cargos eletivos que respondem a processos na Justiça e a quais processos eles respondem. Se há preocupação com enxurrada de processos com o intuito único e exclusivo de manchar algum candidato, que a própria Justiça aja rápido na resolução destes processos. E se a preocupação é que o eleitor se deixe enganar por tais processos fictícios, que estes mesmos políticos dêem educação aos mesmos, como forma de criar nestes eleitores uma consciência crítica. Ademais, se o raciocínio da não divulgação dos 'fichas sujas' é válido, é uma injustiça com os milhares de presos no país, que constitucionalmente podem se candidatar a algum cargo eletivo, já que grande parte deles mal foi condenado em primeira instância e a grande maioria ainda espera que seus recursos sejam julgados. Mas, mesmo assim, bom número deles tem sua 'ficha suja' amplamente divulgada pela imprensa!"

MARCOS FORTE (Maceió, AL)

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Militares

"Apesar do fim trágico dos rapazes no Morro da Providência, gostaria de expressar a minha tristeza pela nítida execração pública que a mídia e as autoridades judiciais estão agindo contra os militares, que demonstraram grande imaturidade. Estes podem ser co-responsáveis pelo crime, porém indiretamente, enquanto os assassinos continuam soltos."

CRISTIANE PAIVA (São José dos Campos, SP)

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Ditadura

"No Brasil o caminho adotado para julgar as vítimas da ditadura militar transformou-se numa farsa. Salários e indenizações milionárias concedidas são um ultraje. Compram consciências. Esquecem as torturas e correm atrás de milhões. Quem não viveu na época pensa: valeu a pena a ditadura. Oportunistas enriquecendo-se. Todas as demissões e questões trabalhistas da época entram na conta da ditadura. É só somar mortes e prisões ocorridas na ditadura e verificar os pedidos de indenizações."

ANTONIO NEGRÃO DE SÁ (Rio de Janeiro, RJ)

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Vilão negro

"Senhor Marco Antônio dos Santos ('Painel do Leitor, 24/6),
¦Barack Obama faz parte do percentual de aproximadamente 15% de negros da sociedade norte-americana. Lá é outro país, ou seja, um outro tipo de sociedade, com outras nuances sócio-comportamentais, que priorizam, acima de tudo, as liberdades individuais garantidas por uma Constituição de pouquíssimos artigos e vigente há dois séculos, além da capacidade intrinsecamente individual do cidadão. Nos Estados Unidos, salvaguardadas as devidas proporções, se você corre atrás, você tem enormes chances de chegar lá, independente da sua origem étnica. É um país com problemas? Certamente é, mas lá não se pode mentir impunemente como se mente aqui. Lá, é negro quem tem sangue negro, ainda que esta porcentagem seja de um por cento ou menos --lá ninguém diz ao Instituto de Pesquisa Estatística que se é mulato, moreno, chocolate, moreno escuro, moreno claro ou marrom-bombom. É por isso que a gente até às vezes estranha quando vê alguém se autodeclarar negro nos Estados Unidos, quando por aqui esta pessoa seria confundida com qualquer branco nas ruas. Outra sociedade, outra formação social, outros compromissos, outras ingerências. A história do negro lá foi diferente da história daqui. Não me culpe pelo fato de meu tataratavô, por ocasião da Abolição da Escravatura, ter saído tocando ganzá, achando que o mundo era dele. Quem tem que mudar a história do negro no Brasil é o próprio negro! Ninguém mais. Ninguém mais, senhor Marco Antônio. Com todo respeito ao senhor, digo-lhe que se faz necesssária uma olhada nos últimos trinta anos de cinema norte-americano, depois da sua ilustração sobre a postura dos atores negros nas plagas de lá. O senhor vai descobrir, com certeza, filmes que tratam de drogas, filmes de gangues, de mulheres negras tratadas com violência e sem nenhum respeito (a 'bitch' do cinema americano), grassando nas videolocadoras em qualquer vilarejo deste planeta --todos produções americanas, com os mesmos atores americanos, numa cartela que vai de Wesley Snipes a Denzel Washington (ganhador, aliás, de uma estatueta do Oscar de melhor ator fazendo personagens que o senhor nem imagina!). Sobre este assunto, que muito me interessa, gostaria de entabular uma conversa mais prolongada com o senhor, pois teríamos assunto para muitas discussões, certamente muito profícuas para ambas as partes.
A propósito --eu não tenho conhecimento algum de que haja uma negativa pública da empresa onde trabalho há 43 anos em relação ao sistema de cotas. Senhor Marco Antônio, as grandes dificuldades do negro no Brasil não estão, com toda a certeza, em um personagem chamado Romildo Rosa. São muitas as vertentes que se podem extrair desta polêmica, e realmente espero que o senhor entenda o caminho que escolhi seguir, imprimindo na representação deste papel um tom de crítica. Não se deixe ludibriar pelas falácias que envolvem esta discussão --o senhor, com certeza, é muito mais esperto que seu predecessor romano e não se deixará enganar por qualquer Cleópatra da mídia..."

MILTON GONÇALVES, intérprete do deputado corrupto Romildo Rosa na novela "A Favorita" (Rio de Janeiro, RJ)

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