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13/10/2009 - 02h30

Vegetarianismo, educação, Nobel, 2016, popularidade, Heliópolis

da Folha Online

Vegetarianismo

"Para dizer o mínimo, fiquei perplexa ao ler o artigo de Luiz Felipe Pondé de ontem na Ilustrada ('A carne ética'). Parece óbvio que viver e sofrer são ações umbilicalmente associadas, sendo, pois, mais apropriado não criar ilusões a respeito. Nada obstante, diversos sofrimentos não são naturais, porém artificialmente criados, como as guerras, cujas razões são as mais diversas, algumas inclusive parecem lastreadas em motivos irracionais. Apenas os animais humanos têm esse poder; apenas os humanos matam seus semelhantes por diletantismo, por sadismo e por prazer. Assim, quando alguns poucos resolvem assumir publicamente que é possível viver sem infringir mais sofrimento, assumindo-se vegetarianos, sempre aparece alguém, escrevendo pomposamente, com o fito óbvio de ridicularizá-los. Nas palavras do Nobel de Literatura (1915) Romain Rolland, 'o sofrimento dos animais tem algo de mais intolerável ainda para uma consciência livre do que o sofrimento dos homens. Porquanto estes, pelo menos, são considerados um mal, e quem os causa é criminoso. Milhares de animais, porém, são trucidados inutilmente, todos os dias, sem sombra de remorso. Deem ao animal uma centelha de razão e imaginem o sonho atroz que é o mundo para ele: homens indiferentes, cegos e surdos, que o degolam, o destripam, o esquartejam, o cozinham vivo e divertem-se com suas contorções de dor'.
Para concluir, convém relembrar aos glutões que adoram um churrasco que esse tipo de alimentação é a mais primitiva que existe, pelo menos desde que nossos antepassados caíram das árvores, há mais de quatro milhões de anos. A ingestão de carne, além de causa de sofrimento, não é sinônimo de evolução."

CECÍLIA FORTUNATO (São Pedro, SP)

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"Fiquei espantada ao ler o texto 'A carne ética', em que o autor pergunta 'por que essas pessoas conscientes não falam dos direitos das rúculas em continuarem, de forma singela, a fazer fotossíntese? Onde está a consciência deles quando torturam seres inocentes como as berinjelas, trituradas entre nossos dentes horrorosos?'
Sendo ele um jornalista, no mínimo deveria ter conhecimento das coisas que escreve num jornal de grande circulação. Não é inteligente colocar certas frases já manjadas, clichês que todos nós ouvimos há anos e que não fazem sentido nenhum.
As plantas reagem a estímulos, mas não têm dor, não têm emoções, não sentem medo, porque elas não têm sistema nervoso central. Elas não têm cérebro. E não fica nada bem usar de ironias, de desprezo e de sarcasmo num assunto tão sério como a crueldade contra os animais."

CRISTINA BONAGAMBA (São Bernardo do Campo, SP)

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Educação

"A grande imprensa tem sido responsável por inúmeros benefícios à democracia brasileira. Em relação à educação é, sem dúvida, capaz de auxiliar o leitor a entender a razão do nosso fracasso. Falta, no entanto, apresentar, na prática, o motivo do erro. Fernando de Barros Silva, por exemplo, em excelente artigo publicado na edição de segunda-feira, em que comenta o darwinismo pedagógico entre instituições de ponta, fala também que professores sem diploma universitário são uma das tantas vergonhas da educação nacional. Aí discordo. Em cursos que tenho oferecido, encontro professores sem diploma universitário que fazem trabalho adequado, correto. Vergonha é encontrar professores com diploma universitário e sem nenhuma condição de ensinar. Pior: sem leitura, sem conhecimento de bibliografia que permita conhecer mais e melhor a educação. Outros há que dominam a teoria, mas não sabem aplicá-la. Para mim, em torno do Enem, é preciso fazer surgir uma política que exija dos prefeitos priorizarem a educação não como rótulo de orçamento, mas prática efetiva de melhora; dirigentes municipais e estaduais escolhidos por conhecimento e mérito, não por razões partidárias e políticas, e que tenham a coragem de exigir do Executivo o que lhes pertence em termos orçamentários para que sejam capazes de transformar o que deve e precisa ser mudado."

JOSÉ ANTONIO CARLOS DAVID CHAGAS (Rio Claro, SP)

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Nobel

"Obama merece o Nobel da Paz por uma razão muito simples: assumiu a maior potência do planeta com ideias diametralmente opostas às de seu antecessor belicista. Esse motivo, por si só, já seria suficiente para receber a honraria. Mas, mais do que isso, Obama tem um discurso tranquilo, conciliador, que busca o entendimento, bem diferente do aloprado Bush."

ARY BRAGA PACHECO FILHO (Brasília, DF)

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Olimpíada e IDH

"O mesmo lenço branco que enxugou as lágrimas emocionadas de nosso presidente ao saber que o Rio de Janeiro fora escolhido para sediar a Olimpíada de 2016 deveria servir agora para conter lágrimas de vergonha ao constatar que o Brasil continua em 75º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em comparação entre todos os países, segundo pesquisa da ONU. A nota subiu alguns décimos pela boa política econômica desenvolvida, mas o social e a educação (no Brasil ainda há mais de 15 milhões de analfabetos) continuam sem nenhuma melhora. Resultado embaraçoso para um presidente de esquerda que alardeia tanto que nunca antes neste país foi feito tanto pelo social."

ENI MARIA MARTIN DE CARVALHO (Botucatu, SP)

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Popularidade

"Se prorrogar redução do IPI na 'linha branca' e desistir de taxar a poupança dá ganhos políticos ao governo, mantendo alta a popularidade do presidente, principalmente entre os mais pobres e os mais ricos, que tal Lula conquistar também a classe média, fazendo baixar o preço dos combustíveis? Afinal, diminuir impostos sobre eles, tirar o álcool da gasolina para aumentar a oferta daquele, bem como desobrigar postos da intermediação das distribuidoras, tudo forçaria à redução de preços. A classe média também agradeceria, já que combustíveis são peso considerável nos orçamentos domésticos, e seus preços são absurdos neste país."

DORIVAL ROSSETO (Assis, SP)

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Heliópolis

"É fato notório -e não é de hoje- o histórico de organização, de lutas e de conquistas sociais dos moradores da favela Heliópolis, menos para o prefeito Gilberto Kassab, conforme se viu em artigo publicado em 11/10. O prefeito acerta ao afirmar que o local 'tornou-se colônia de algumas das mais graves mazelas de nossa sociedade'. Mas erra quando concentra as conquista dos moradores apenas no período dos últimos cinco anos, ignorando que os moradores buscam melhores condições de vida desde o início dos anos 80. No campo da moradia, desde a gestão de Mário Covas temos conquistas. Desde então, em todas as gestões (Jânio Quadros, Luiza Erundina, Paulo Maluf, Celso Pitta, Marta Suplicy) conseguimos avanços sociais nas áreas da moradia, saneamento, esgoto, água, iluminação pública, saúde e educação. O prefeito demonstra desconhecer totalmente o passado de lutas e conquistas alcançadas pela comunidade Heliópolis nos últimos 26 anos."

RAIMUNDO BONFIM, advogado, ex-secretário geral da União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco, de 1989 a 1992, é vice-presidente da Associação Nova Heliópolis (São Paulo, SP)

 
 

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