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15/11/2010 - 02h30

PanAmericano, Tiririca, Racismo, Enem, Mulheres, Médicos

DE SÃO PAULO

PanAmericano

Diante da situação do banco Panamericano, Silvio Santos é exemplo de integridade e responsabilidade para todo o empresariado e até mesmo para as autoridades no Brasil. Só o fato de colocar as 44 empresas como garantia de pagamento ao empréstimo concedido pelo Fundo Garantidor de Crédito já é algo inusitado. Tanto que o próprio presidente do Fundo se surpreendeu com tal atitude.
Enquanto ex-dirigentes do banco não se manifestam, Silvio, que é uma das pessoas que mais paga Imposto de Renda no país, puxou para si a responsabilidade se comprometendo com o pagamento da dívida, divulgando em sua TV nota de esclarecimento feita de próprio punho que busca acalmar seus clientes e o público e, paralelamente, cobrando investigação e, consequentemente, punição aos envolvidos nesse escândalo. A sua preocupação em preservar a sua imagem e honrar com seus compromissos mostra o diferencial que o faz ser Silvio Santos.
Se ao menos parte de nossos representantes eleitos tivessem a força, a coragem, os compromisso e a responsabilidade que Silvio tem, o Brasil poderia estar muito melhor.

WAGNER FERNANDES GUARDIA (São Vicente, SP)

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Pelo caminhar da carruagem, o futuro do banco do empresário e apresentador de TV Silvio Santos será o mesmo do banco Votorantim, do qual o Banco do Brasil comprou quase a metade das ações. Até hoje não está muito claro o porquê disso. Provavelmente a Caixa Econômica Federal comprará as ações do PanAmericano. Quando se trata de gente grande quebrar neste país, os governos se dispõem a ajudar.

ADALBERTO FERNANDO SANTOS (Taubaté, SP)

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Tiririca

Inconformado com a decisão da Justiça Eleitoral que rejeitou quebra de sigilo bancário e fiscal do deputado federal eleito francisco Everardo Oliveira, o Tiririca, o promotor Maurício Lopes anunciou que vai ingressar com mandato de segurança "para garantir o direito do Ministério Público de produzir prova" na ação penal proposta contra o palhaço. Segundo o promotor, na audiência no Tribunal Regional Eleitoral "houve cerceamento da acusação, o que impediu o Ministério Público de demonstrar que ocorreram os crimes de falsidade ideológica e falsificação de documento". Não acredito que Tiririca seja santo e nem questiono se ele tem competência para exercer o mandato para o qual foi eleito. Porém o mandato foi legitimamente conquistado com uma votação de fazer inveja a muitos deputados mensaleiros que não são e nunca foram incomodados pelo Ministério Público e muito menos pelo Supremo Tribunal Federal. Isto sim é uma visível discriminação contra um cidadão humilde que obteve a maior votação para deputado federal dentre todos que disputaram o mesmo cargo nos demais Estados brasileiros.

BENONE AUGUSTO DE PAIVA (São Paulo, SP)

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Os defensores de Tiririca se valem do argumento de que, tendo o Brasil milhões de analfabetos com o direito (ou o dever) de votar, seria uma hipocrisia a ação movida contra o quase-deputado. Essa análise, apesar de tocar em assunto que deveria ser alçado a prioridade zero pelos governos, é tão ingênua quanto perigosa. A se confirmar a declaração falsa prestada pelo quase-deputado, a discussão passa a se dar sobre uma fraude, sobre a violação ardilosa de um requisito previsto em lei, e não mais sobre o número de eleitores que o candidato conquistou. O que impede uma discussão séria no Brasil é essa incrível sina do "fato consumado", do jeitinho brasileiro. Dizem seus defensores que, como 1.300.000 eleitores votaram em Tiririca, anular sua eleição seria desrespeitar o voto dessas pessoas. Esquecem que permitir uma eleição fundada na fraude seria vilipendiar o próprio Estado de Direito, conquistado a duras penas e constantemente afrontado pelos oportunistas de plantão.

Breno Ferreira Martins Vasconcelos (São Paulo, SP)

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De tanto ouvir questionamentos sobre a eleição de Tiririca, meu neto de 12 anos perguntou-me: Tiririca é mais prejudicial do que os cultos parlamentares reconhecidamente desonestos? Disse-lhe: prefiro o Tiririca.

FERNANDO PEREIRA VIANA (Fortaleza, CE)

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Racismo

Coitados dos alunos de direito (da USP) que tem como professora Janaina C. Paschoal ("Em defesa da estudante Mayara", Opinião, 12/11), uma acadêmica que expressa com total ignorância histórica e falta de contextualização política a adesão a uma opinião racista de outra colega da área do direito. As diferenças econômicas e sociais historicamente assentadas entre nós brasileiros não são decorrentes de escolhas pessoais, de decisões individuais ou coletivas e de comportamentos. São antes explicadas por fatores históricos, políticos e econômicos (escravatura, exploração e má gestão pública e política).
As instituições que ditam e sancionam regras e comportamentos (famílias, organizações religiosas, meios de comunicação) e, também, as escolas onde professoras ensinam desvirtuando conceitos e dados são constantemente influenciados pelas estruturas políticas e econômicas que, em última instância, criam as ordens de valores e as normas sociais que determinam o arcabouço ético, os comportamentos e a cultura de um lugar em que estão indissoluvelmente ligados a essas dinâmicas e estruturas. O preconceito e a raiva social calada se desvelam não só em época de eleição, mas também nas atitudes, aprendizado e no torpor da compreensão daqueles que ao invés de educar para a diversidade e a tolerância deseduca.

PEDRO FERNANDES DE FREITAS (São Paulo, SP)

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Enem

O Enem é uma prova objetiva com múltipla escolha. O fator sorte tem enorme influência. Você tem 20% de chances de acertar uma questão se não tiver a mínima ideia da resposta. Dependendo do grau de conhecimento do assunto, as possibilidades do candidato vão aumentando. A maioria das pessoas que já prestou concursos ou vestibulares já viveu a situação em que sobram duas opções e, seguindo as leis de Murphy, escolhemos sempre a errada. Refazer o Enem apenas para os que foram injustiçados é uma injustiça ainda maior com todos. O Enem, além de conhecimentos, alia sorte pela possibilidade de chutar as respostas. Não passa de uma loteria seletiva, como todo concurso público. Pela lógica ou ninguém refaz o exame ou todo mundo faz de novo e tem a chance de chutar certo no momento certo. A lei tem que ser igual para todos e para isso tem que se basear na realidade: as vagas são decididas pelos chutes e não pelo conhecimento do candidato.

ANDRÉ LUÍS DE OLIVEIRA LEITE (Pelotas, RS)

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Mulheres

A sra. Danusa Leão deveria aproveitar melhor o precioso e dispensável espaço dado a ela no jornal e não emitir opiniões desavisadas sobre assuntos que desconhece. O que sabe ela, de conhecida trajetória feminina, a respeito da vida e das lutas das mulheres neste país? Que sabe sobre a violência e a desigualdade de gênero? No mesmo caderno a Folha mostra o desnível salarial de mulheres tentando ganhar a vida na construção civil. Usar um espaço no jornal para uma crítica pobre é um desperdício. Existem muitas mulheres inteligentes, preparadas e defensoras dos direitos femininos no Brasil que poderiam emitir opiniões mais abalizadas, e não esse amontoado de lugares comuns que nada acrescentam, mas sim desmerecem a luta das mulheres no mundo todo.

JANE SOARES DE ALMEIDA (Araraquara, SP)

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Médicos

Em referência ao editorial "Lobby dos Remédios", de 14/11, sou médico e sou visitado a intervalos regulares por profissionais da indústria farmacêutica. Acho que prestam um serviço à comunidade, embora de baixa qualidade, que é informar sobre novas drogas, novos ensaios clínicos etc. Não considero que seja influenciado por estes profissionais, e penso que devo isto à formação que obtive na Escola Paulista de Medicina. Por outro lado, dado a enormidade de novas "escolas" médicas que se abriram nos últimos anos, sem qualquer fiscalização adequada de seu funcionamento e sem programas de residência médica em quantidade e qualidade suficientes, uma enormidade de novos profissionais inundou o mercado de trabalho, cuja competência específica é incerta e desconhecida. Estes profissionais estão mais sujeitos à influência da indústria. Em um universo onde o médico é o elo fraco da cadeia produtiva, com remuneração aviltante e sem, portanto, a possibilidade de investir em atualização, o financiamento por parte da indústria deveria ser muito bem-vindo, desde que dentro do contexto ético exigido pelos conselhos profissionais.
Finalmente, a indústria farmacêutica, é apenas a ponta de iceberg que engloba órteses, próteses várias, reagentes químicos, agentes quimioterápicos, pesquisa e outras relações que também deveriam ser avaliadas.

GUSTAVO A. J. AMARANTE, médico intensivista (São Paulo, SP)

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