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Residência ajuda estudantes de pedagogia a aprenderem o cotidiano da profissão
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FABIANA REWALD
DE SÃO PAULO
Após acompanhar diariamente uma turma de maternal por cerca de duas semanas, a estudante do 3º ano de pedagogia Lays Pereira, 21, propôs novas atividades para a escola Procópio Ferreira, em Guarulhos (Grande São Paulo). Por que não usar com mais frequência o espaço externo da creche para promover contações de histórias e rodas de conversas?
A intervenção no cotidiano da escola só foi possível porque o curso de Lays, que fica no campus Guarulhos da Unifesp, promove a chamada residência pedagógica. Diferente do estágio obrigatório e buscando uma vivência semelhante à que os futuros médicos têm em hospitais, a residência propõe a imersão do aluno no dia a dia de uma escola pública.
Mais do que apenas observar as aulas --como faria no estágio--, cabe ao aluno criar um plano de intervenção pedagógica para cada nível de ensino que vivencia --do infantil ao fundamental, incluindo o EJA (supletivo). Além disso, ele também participa das horas de formação do professor e dos momentos de trabalho coletivo, como a preparação de aulas.
O programa se dá por meio de um convênio entre a Unifesp, a Prefeitura de Guarulhos e o governo do Estado. "Como os alunos acompanham o dia todo do professor, conseguem refletir sobre o cotidiano escolar", diz Clecio Bunzen, professor que supervisiona os residentes. "Essa experiência diminui a ansiedade e aumenta a capacidade de [o futuro professor] intervir", diz Regina de Assis, doutora em educação.
O curso de pedagogia da Unifesp teve início em 2007. Sua primeira turma se forma neste ano. Uma das formandas, Telma de Mendonça Emidio, 26, lembra de outro ponto positivo do programa de residência: ele permite que os alunos conheçam a fundo a gestão da escola.
Como contrapartida, a Unifesp dá uma assessoria aos colégios. "O movimento gera uma renovação das práticas", diz Celia Giglio, coordenadora da pedagogia.
OLHAR
A ajuda da universidade e dos universitários é muito bem-vinda. "Eles têm um olhar que a gente não tem", diz Keli Cristina Gomes, coordenadora da escola municipal Elis Regina.
Com o mesmo objetivo de melhorar a formação dos professores, cidades da Baixada Santista, em São Paulo, também têm instituído a residência pedagógica. "Quem passava no concurso vinha sem base nenhuma. Por isso, começamos a buscar uma maneira de trabalhar melhor o estágio. [No modelo antigo], o aluno não se envolvia com o dia a dia da escola", diz Maura Lígia Costa Russo, secretária de Educação de Praia Grande.
A cidade da Baixada já estabeleceu convênios com as faculdades Alfa, Unisa e Fals. A partir deste mês, alunos poderão fazer a residência em 14 escolas municipais.
Um projeto do senador Marco Maciel (DEM) que institui a residência educacional após a formatura do aluno tramita no Congresso. Até agora, no entanto, não houve acordo para que seja votado.
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