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30/01/2012 - 12h44

Para galerista angolano, SP não tem referência atual da África

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REGIANE TEIXEIRA
DE SÃO PAULO

De seus 48 anos de vida, o angolano Mário de Almeida passou 22 em Luanda e 22 em Lisboa. Os outros quatro ele gastou em São Paulo, onde ainda quer viver mais 17. Dono da galeria de arte Soso, que trabalha com arte contemporânea africana, ele é um dos empresários que apostam na revitalização da região central.
Seu próximo projeto é fazer um hotel num prédio de 1916 de Ramos de Azevedo, na avenida São João. "Não dá para dizer que São Paulo é bonita, mas há coisas belas, como o centro, o Anhangabaú, o viaduto do Chá."

Maria do Carmo/Folhapress
Mário de Almeida é dono da galeria de arte africana Soso e pretende fazer um hotel num prédio de Ramos de Azevedo
Mário de Almeida é dono da galeria de arte africana Soso e pretende fazer um hotel num prédio de Ramos de Azevedo

Com SP foi amor à primeira vista?
Quando vim pela primeira vez, em 2002, o ecletismo arquitetônico me pareceu estranho. Vi prédios lindos ao lado de outros que só visavam a especulação imobiliária. Achei pesado. Depois, descobri os bairros, as padarias e os parques.

Qual a principal obra arquitetônica da cidade?
Acho que é o conjunto. Gosto das construções antigas do centro. O edifício Esther [projetado em 1936 pelos arquitetos Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho] é fantástico. Marca o início da arquitetura moderna em São Paulo e fica em frente à praça da República.

Você tem costumes paulistanos?
Tomar café da manhã em padarias. Vou a lugares perto da minha casa, na Vila Madalena, e levo minhas filhas. Também gosto dos parques e das livrarias.

Quais as principais diferenças entre São Paulo, Lisboa e Luanda?
Aqui é uma megacidade, Lisboa e Luanda não são. Há uma energia diferente, provavelmente por conta do número de pessoas. Eu pensava que era incapaz de morar em uma cidade grande como essa, mas há algo que me atrai. A cidade é eficiente. Aqui, tudo funciona.

Onde a cultura africana pode ser vista?
As referências à África são da época da escravatura, com máscaras, batuques e tambores. Não existe uma referência contemporânea. É preciso que o brasileiro tenha acesso a uma África mais atual.

Qual seu artista paulistano favorito?
Gosto muito do Daniel Melim. Eu tenho obras de artistas vindos do grafite, e o que chama atenção em São Paulo é a comunicação deles com a cidade. É uma manifestação pacífica.

 

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