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20/08/2012 - 11h00

'Queremos jogar luz sobre a arte da periferia', diz coordenador de ONG

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RENATA MIRANDA
DE SÃO PAULO

A produção cultural da periferia de São Paulo é tema de uma mostra que começa nesta terça-feira (21) em mais de 30 espaços da cidade. "A gente acorda e vai dormir pensando nesse movimento e o evento é justamente para isso: elevar essa manifestação cultural para outro patamar", diz Antonio Eleilson Leite, coordenador de cultura da ONG Ação Educativa e um dos organizadores da Mostra e Seminário Estéticas das Periferias.

A mostra será inaugurada com um show gratuito de Criolo, Rodrigo Campos e Kiko Dinucci. O trio fará uma apresentação especial e inédita de samba no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, na zona norte. "Esse espetáculo vai ser legal porque é com músicos oriundos da periferia que ganharam espaço sem perder sua identidade", afirma Leite.

Letícia Moreira/Folhapress
Show gratuito de Criolo, Rodrigo Campos e Kiko Dinucci abre programação
Show gratuito de Criolo, Rodrigo Campos e Kiko Dinucci abre programação na terça-feira; seminários começam no dia 27

A exibição será encerrada no dia 26, com uma apresentação conjunta dos grupos Berço do Samba de São Mateus e Samba da Vela no Auditório do Ibirapuera, zona sul da cidade.

Depois do fim da mostra, terá início uma rodada de palestras que vai até o dia 30. "Resolvemos marcar o seminário logo depois da mostra na intenção de que os trabalhos exibidos sirvam de subsídio para as discussões", explica Leite.

Leia abaixo trechos da entrevista concedida pelo organizador do evento à sãopaulo:

*

sãopaulo - Qual é o objetivo principal da mostra e do seminário?
Antonio Eleilson Leite - Queremos jogar luz sobre a produção artística da periferia e promover uma discussão de um ponto de vista estético. A cultura da periferia costuma ser enaltecida por esse seu heroísmo social e é importante que isso seja valorizado, mas o centro da nossa motivação é também superar essa visão. Estamos propondo a criação de um campo de crítica porque acreditamos que sem crítica a arte não se desenvolve.

Qual é a forma de arte que mais tem espaço dentro da periferia de São Paulo?
O que tem mais destaque é a literatura por causa da profusão dos saraus que existem. A literatura na periferia é muito forte porque tem ligação direta com o rap. Isso faz com que a gente tenha muita poesia. O rap estimulou a criação poética e fez surgir um movimento bastante interessante que, no futuro, pode ser reconhecido como uma corrente que influenciou a literatura urbana. As rodas de samba também têm bastante espaço. Aqui, até mais do que no Rio de Janeiro, essas comunidades se constituíram e se espalharam de uma maneira tão impressionante que chega a ser um fenômeno.

E que tipo de manifestação artística cresce hoje na periferia?
As artes visuais estão emergindo, indo além do grafite. O teatro também está ganhando força.

Ainda há, na sua opinião, preconceito contra o que sai da periferia?
Acho que muito do preconceito que existia antes já foi superado. Ainda tem, mas não é mais uma barreira. Acho que o que existe mesmo é uma espécie de subestimação artística.

Mostra e Seminário Estéticas das Periferias. Programação completa no site

 

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