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19/07/2010 - 10h08

Cozinha marcada na pele

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ADRIANA KÜCHLER
COLUNISTA DA REVISTA sãopaulo

Patricia Stavis/Folhapress
Chef Andre Mifano, do Vito, desfila tatuagens com dizeres como "cooking to perfection" (cozinhando à perfeição)
Chef André Mifano, do Vito, desfila tatuagens com dizeres como "cooking to perfection" (cozinhando à perfeição)

Como piratas modernos, chefs carregam no corpo a paixão pela cozinha, com facas, frangos e fogões tatuados entre caveiras e âncoras.

André Mifano, 33, chef do Vito

Desfilando uma bandeira pirata no carro e um sem-número de tatuagens com dizeres como "cooking to perfection" (cozinhando à perfeição), André relaciona os desenhos à origem "underground" da profissão. "O histórico da tatuagem é ligado com a identificação de grupos, como presidiários, bandidos. E, há 15 anos, a cozinha era muito mais marginal, era pra quem não tinha alternativa, pra quem largou a escola, como eu."

Patricia Stavis/Folhapress
Com cerca de 50 tatuagens, Checho Gonzáles, do Ají, credita o fim do preconceito às novas gerações de chefs
Com cerca de 50 tatuagens, Checho Gonzáles, do Ají, credita o fim do preconceito às novas gerações de chefs

Checho Gonzáles, 43, chef do Ají

Apaixonado por comida popular, Checho mostra seus objetos de desejo nos dedos. Com cerca de 50 tatuagens, ele credita o fim do preconceito às novas gerações de chefs, dispostas a quebrar regras. "Quando você tem 20 anos e é tatuado, é marginal. Quando tem 40, é excêntrico", brinca. "Tenho um grupo de amigos que se chamam de piratas modernos, ficam indo de nau em nau, que são as cozinhas, e enfrentam qualquer batalha."

Daniela Bravin, 35, sommelière do Ici Bistrô, Tappo Trattoria e 210 Diner

Patricia Stavis/Folhapress
Daniela Bravin, 35, sommelière do Ici Bistrô, Tappo Trattoria e 210 Diner, mostra suas flores nos braços
Daniela Bravin, 35, sommelière dos restaurantes Ici Bistrô, Tappo Trattoria e 210 Diner, mostra suas flores nos braços

Entre políticos e empresários que frequentam o Ici, desfila uma moça com flores que emolduram nos braços as frases "in vino veritas" e "tradição e qualidade desde 1975". No mundo das chefs e sommelières, é difícil achar uma mulher tatuada, a não ser do tipo "discretinha". Das 23 que Daniela ostenta, 21 foram feitas em novembro. "Atingi um nível de profissionalismo a ponto de isso ser só um detalhe, mesmo nesse universo supercareta."

Henrique Fogaça, 36, chef do Sal

A história do Sal foi registrada na pele de seu dono, Henrique. Está lá a reprodução do primeiro fogão do restaurante, industrial, com apenas quatro bocas. "Comprei usado de um cara em Itaquera." Foi depois de quase dois anos que ele resolveu botar suas tatuagens do uniforme pra fora. "Já trabalhei em banco e sei que as pessoas têm preconceito. Quando vi que estava independente, que ia trabalhar com gastronomia pro resto da vida, decidi fazer no antebraço."

Patricia Stavis/Folhapress
Chef Henrique Fogaca, do restaurante Sal, no bairro de Higienopólis, exibe o corpo repleto de tatuagens
Chef Henrique Fogaca, do restaurante Sal, situado no bairro de Higienopólis, exibe o corpo repleto de tatuagens

Benny Novak vai abrir estúdio de tatuagem

Chef e dono do Ici Bistrô, de outros dois restaurantes e de quatro tatuagens (um cozinheiro, um fogão, uma águia e uma salamandra), Benny Novak está em busca de outro ponto em Higienópolis para estender seus domínios --desta vez, pelo mundo das tattoos. Vai montar um estúdio ou um "complexo artístico", como prefere chamar, onde devem trabalhar os tatuadores Maria Fernanda Brum e Arthur Camargo. "Eles também fazem customização de objetos, como geladeiras, painéis", explica.

A ideia surgiu há seis meses, em conversas com a sua sommelière, Daniela. "Há alguns anos, acho que ela não seria contratada para trabalhar com os braços de fora num restaurante francês que serve pessoas de 18 a 80 anos. Hoje, acabou o preconceito. Os clientes olham, mas é com curiosidade."

*

Caras e bocas para o Nordeste

Artistas como Pitty, Otto, Junio Barreto, Anelis Assumpção e Karina Buhr subiram ao palco do Comitê Club, na rua Augusta, em show beneficente para as vítimas das chuvas no Nordeste. E arrecadaram cerca de R$ 15 mil.

BOCA NO TROMBONE
Aos 24 anos, o trombonista americano Trombone Shorty, que gravou uma música com Lenny Kravitz e Mos Def para uma campanha pela limpeza do golfo do México, será uma das atrações principais do Bourbon Street Fest, que acontece em São Paulo e no Rio, de 13 a 22 de agosto.

VIA DE MÃO DUPLA
A galeria nova-iorquina Jonathan LeVine vai exibir, a partir do próximo dia 4, os trabalhos dos brasileiros Chivitz, Nove, Presto e Ramon Martins, que trabalham com grafite e arte urbana. A exposição Two-Way Street faz parte do intercâmbio firmado entre a galeria americana e a Choque Cultural, em SP.

PINTURA SERAFINA
E a artista italiana Michela Martello veio de Nova York para pintar seus afrescos nas paredes do novo restaurante Serafina, filial da badalada rede americana, que será inaugurada em agosto, nos Jardins. Nos desenhos, símbolos da gastronomia mediterrânea e a indefectível bandeira do Brasil.

AVIÃO NA SACOLA
Somam cerca de R$ 10 milhões as vendas das duas primeiras semanas da nova loja que negocia aviões, barcos e helicópteros dentro do shopping Cidade Jardim. Foram comercializados na Tools & Toys apenas quatro produtos: um avião da marca Beechcraft, um jet-boat da empresa Sea-Doo e dois barcos da Ferretti Yachts.

 

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