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12/12/2010 - 18h55

iPad vira cardápio virtual

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GUTO LOBATO
DE SÃO PAULO

Tablet da Apple está em teste em bares e restaurantes da cidade.

O cliente chega ao restaurante, senta à mesa e pede o cardápio. No lugar daquele impresso tradicional, o garçom traz um aparelhinho eletrônico com touch screen, menu interativo, fotos dos pratos, vídeos e até dicas de harmonização com vinhos. Parece futurismo, mas essa cena já é corriqueira em alguns estabelecimentos de São Paulo que começaram a adotar o iPad, computador do tipo tablet da Apple lançado no último dia 3 no Brasil.

A sãopaulo entrou em contato com quatro restaurantes e um bar que já fazem testes com a nova sensação tecnológica. Embora ainda convivam com o cardápio convencional, os iPads devem, aos poucos, abrir novas frentes de interação com o cliente.

"O iPad pode tanto ser um cardápio quanto um banco de dados do cliente, uma apresentação do local, uma carta de vinhos", diz Alexandre Miqui, dono da unidade paulistana do La Mar, que fica no Itaim Bibi (região oeste). "Ninguém sabe até onde dá para ir com essa tecnologia."

Para começar, deve-se ter recursos para comprar o aparelho --aqui, o modelo mais barato (16 GB) custa cerca de R$ 1.600. Também é preciso adaptá-lo ao atendimento comercial, trabalho executado por empresas que criam programas e aplicativos.

Maria do Carmo/Folhapress
O restaurante La Mar oferece aos clientes o cardápio no iPad, que traz fotos dos pratos e dicas do chef e do sommelier
O restaurante La Mar oferece aos clientes o cardápio no iPad, que traz fotos dos pratos e dicas do chef e do sommelier

As possibilidades de uso do iPad vão dos recursos simples aos mais sofisticados. O cardápio virtual básico, que está em teste em locais como o La Mar, o Bar Brahma (região central), o bufê Fred Frank Gastronomia, em Moema (região sul), e a Vinheria Percussi, nos Jardins (região oeste), permite ao cliente ver fotos dos pratos, vídeos com dicas do chef e do sommelier e opções de harmonização. Na Vinheria, uma carta de vinhos virtual traz informações sobre safras e dicas de enólogos. "A ideia foi largar na frente", diz Lamberto Percussi, sócio da casa.

Recursos mais arrojados, como o uso para pesquisas de satisfação, cadastro de clientes e autoatendimento, ainda não saíram do papel. "Queremos juntar o cardápio e a pesquisa de satisfação ao sistema de vendas, para agilizar o atendimento. Mas isso é algo para o futuro", diz Rodrigo Coelho, sócio do restaurante Jam Warehouse, que tem unidades nos Jardins e no Itaim Bibi.

Por enquanto, os empreendedores trabalham com poucos iPads (entre três e oito aparelhos). O La Mar preferiu alugá-los. A Vinheria Percussi importou três peças antes do lançamento oficial no Brasil. Já o Bar Brahma foi provisoriamente equipado com iPads dos sócios.

A aceitação entre os clientes, segundo os empresários, tem sido boa. "Além de ter luz no display, o que facilita o uso em ambientes escuros, o aparelho é fácil de manusear", diz Rodrigo Coelho, do Jam.

Prós e contras
Um dos benefícios da adoção dos cardápios virtuais é a economia a longo prazo. Gasta-se entre R$ 30 e R$ 70 na impressão de cada cardápio de papel. "Toda mudança de preço ou promoção da semana demanda nova impressão. No iPad, você pode atualizar seu menu no próprio dia, inventar novas combinações, sem custos", diz Álvaro Aoas, sócio do Bar Brahma.

Outro ponto a favor é a possibilidade de o atendimento se tornar mais completo, pois somaria as informações extras trazidas pelo iPad às explicações do garçom. "Não faz parte dos planos deixar os garçons sem função", afirma Lamberto Percussi.

Para que o tablet vire moda no cenário gastronômico, porém, ainda há problemas a resolver. O mau uso do aparelho pode gerar prejuízo. Outra possibilidade é que furtos nos bares e restaurantes se tornem mais frequentes. E cada iPad vale, em média, dez vezes o lucro gerado por um frequentador dos mais generosos.

Mas o mais difícil será tirar o cardápio impresso das mãos do cliente --algo que os empresários não pretendem fazer. "Sumir com o cardápio, ao menos agora, não", afirma Mariana Fragoso, sócia do bufê Fred Frank. "É um elemento de conceito da casa, que não pode sucumbir a uma novidade tecnológica", diz Alexandre Miqui, do La Mar.

 

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