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Problema com vidros leva Mercadão a nova reforma
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GUTO LOBATO
DE SÃO PAULO
Passados poucos anos desde sua última reforma, o Mercado Municipal é alvo de projetos de novas intervenções. O motivo é uma das principais "novidades" entregues no fim de 2004: as placas de vidro translúcido do mezanino, que abriga restaurantes e lanchonetes.
Por conta do desgaste das estruturas e do alto custo de manutenção, a prefeitura pediu ao Condephaat (órgão de preservação do Estado) para deixar o piso todo em madeira. O conselho deu parecer positivo, mas aguarda um projeto para autorizar as obras.
Apesar de o mezanino, de 2.000 m², ter sido o grande chamariz da reforma --que privilegiava a luz natural--, a mudança não desagrada a empresários e turistas. "Do jeito que está, com péssima conservação, melhor tirar o vidro", diz Erika Fruchi, gerente de um dos restaurantes. Segundo ela, as estruturas começaram a ceder há pouco mais de um ano.
Jefferson Coppola/Folhapress |
Área gastronômica no mezanino do Mercado Municipal, com bares e restaurantes, que tem piso de vidro translúcido |
A sãopaulo visitou o mercado na última quarta-feira (23) e encontrou 46 placas de vidro com problemas: doze estavam trincadas e as demais, cobertas com material isolante. Em uma, no caminho dos sanitários, até um cone foi usado para alertar o pedestre e evitar tropeços. "Pedimos para trocarem o vidro ou o isolamento, mas puseram isso", diz Suzete Raimondi, gerente do Elídio Bar.
Apesar de não haver riscos para o pedestre --a prefeitura afirma que há estruturas de segurança por baixo do vidro--, os trincos e remendos assustam os turistas. "Prefiro passar pelos cantos", disse a cearense Fátima Veleda, 44, que visitava o mercado com os dois filhos. "Os clientes ficam meio arredios, a gente tem que explicar que esses trincos são parte da decoração", ironizou um garçom, que não quis se identificar.
Autor do projeto da reforma de 2004, o arquiteto Pedro Paulo de Melo Saraiva diz que o uso de vidros exige cuidados. "O vidro laminado deveria ser de material mais resistente, o que não foi obedecido. Além disso, os locais com esse piso deveriam ser usados apenas para passagem, sem mesas e cadeiras", diz Saraiva.
Questionada sobre as razões, os custos e os prazos das obras, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras afirmou que só dará informações quando a reforma tiver data oficial de início. Gerentes dos restaurantes do local relataram que a troca do piso já foi aprovada por eles em reunião coletiva.
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