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03/08/2011 - 15h02

Atos obscenos levantam discussão sobre segurança no metrô

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BRUNO RIBEIRO
MALU TOLEDO
DE SÃO PAULO

Quarta-feira passada, 11h50. Quem andava pela estação Clínicas do metrô (zona oeste de São Paulo) percebeu a exaltação da corretora de imóveis Paula Silva, 25. Ela acusou um homem de ter fotografado seu seio enquanto ela estava sentada dentro de um vagão.

Na Delegacia do Metrô, na estação Barra Funda, o homem negou que tenha tirado a foto, e o caso foi registrado como "importunação da tranquilidade alheia". Essa foi a 44ª ocorrência do tipo no metrô neste ano.

Daigo Oliva/Folhapress
Agentes de segurança do metrô na estação da Sé; número de profissionais é questionado após casos de ato obsceno
Agentes de segurança do metrô na estação da Sé; número de profissionais é questionado após casos de ato obsceno

Por causa de casos assim e de outros mais graves, o olhar do paulistano se voltou nas últimas semanas para a segurança do metrô. No dia 19, uma mulher escapou de uma tentativa de estupro na estação Sacomã, na zona sul, uma das mais novas da rede. Foi o sétimo caso de ato obsceno do ano. E 2011 vai entrar para a história como o ano do primeiro estupro registrado pelo Metrô --em abril, dentro de um vagão da linha 2-verde.

O Metrô está passando por uma grande expansão no número de passageiros. Entre 2006 e 2010, a média de usuários diários subiu 35%, chegando a 3,5 milhões por dia. Mas o total de seguranças não acompanhou esse crescimento. No mesmo período, a rede viu o número de agentes crescer 22%. Atualmente, são 1.180 seguranças para todas as linhas. Juntos, eles nem encheriam um trem, onde cabem 2.000 pessoas.

Boa parte dos novos seguranças foi chamada para atuar nas seis estações abertas nos últimos quatro anos. Mas a lotação das linhas é tanta que, nos horários de pico, os agentes precisam ir para as plataformas para ajudar os demais funcionários no embarque dos passageiros.

"Os agentes se deslocam para esse atendimento e deixam as outras áreas vazias", diz Messias Justino dos Santos, 44, segurança do Metrô e diretor do sindicato dos metroviários. "Deveríamos ter pelo menos o dobro de agentes. Principalmente no turno da noite."

O presidente do Metrô, Sergio Avelleda, argumenta que o número de agentes é adequado. "Não há clima de insegurança", afirma. Já o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, diz que há outras formas de fazer a vigilância, como o uso de câmeras. Há, hoje, 949 aparelhos espalhados pelas estações e outras 910 dentro dos vagões.

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TREINAMENTO

Para ser segurança no metrô, é preciso fazer um treinamento que dura três meses. A sãopaulo acompanhou a formação de agentes em junho do ano passado e em maio deste ano. Metade do treinamento é dedicada a aulas teóricas, que vão de detalhes operacionais dos trens a noções de direito.

A outra parte é preenchida com técnicas de imobilização e outras atividades físicas. Depois, fazem treinamentos de reciclagem todos os meses. Segundo o Metrô, há 36 seguranças sendo formados atualmente.

Para José Vicente da Silva, coronel da PM aposentado e consultor da área de segurança, apenas o aumento da população usuária do metrô não é suficiente para que o número de seguranças suba. "É preciso considerar a população, o tamanho da área de atuação e, principalmente, o aumento do número de ocorrências."

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CURIOSIDADES

Agentes disfarçados
O Metrô garante que eles existem, só não divulga quantos são. Segundo a empresa, os agentes circulam sem uniforme para ajudar a identificar suspeitos, mas não podem detê-los.

Torcidas
Os dias de jogos de futebol são os que mais deixam os seguranças apreensivos. Alguns dizem que não têm como conter as torcidas em caso de brigas. Polícia, Ministério Público e as torcidas têm acordo para tentar evitar confusões.

Torpedos
Desde janeiro, os usuários podem fazer denúncias para o metrô por mensagens de celular. As queixas são direcionadas à central de segurança da companhia pelo número 0/xx/11/7333-2232.

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DIA A DIA

O que fazem os seguranças:
- Orientam os passageiros
- Andam sempre em dupla
- Têm poder de polícia e podem deter suspeitos, mas não andam armados
- Em caso de assaltos, os agentes avisam à central, que pede o reforço da PM

 

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