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26/10/2011 - 21h59

Clube Madame Satã reabre em clima nostálgico

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DANILA MOURA
DE SÃO PAULO

Numa noite em que o DJ não pôde ir, um menino de 13 anos tomou conta dos toca-discos do lendário clube Madame Satã. O sortudo era Gé Rodrigues, 38, na época office-boy do fanzine da casa. Hoje DJ e empresário da noite, ele realiza um sonho: vai reabrir o espaço em 2012.

"O Madame volta em 19 de janeiro, meu aniversário. Estou me dando de presente", diz Gé, que é dono do DJ Club, nos Jardins, e da Nostromondo, na Consolação. Ele mora no Bexiga, onde fica o clube, criado em 1983.

Maria do Carmo/Folhapress
O DJ Gé Rodrigues e Igor Calmona, parceiros no comando do lendário clube Madame Satã, que será reaberto em janeiro de 2012
DJ Gé Rodrigues e Igor Calmona, parceiros no comando do lendário clube Madame Satã, que será reaberto em janeiro

O Madame Satã era referência para os jovens oitentistas. Entre os frequentadores, os cantores Renato Russo, Cazuza e Rita Lee se misturavam a travestis, "playboys" e roqueiros. Foi ali que se ouviram os primeiros acordes de bandas como Ira! e Titãs.

A pista apertada do subsolo foi cenário para "causos" absurdos. "Estava discotecando e um punk socou o teto. Ele teve o dedo decepado, que foi parar longe", lembra o novo proprietário. O som era eclético. "Tinha de show de banda punk a apresentação de Elza Soares", afirma o titã Branco Mello.

Após a mudança de administração, o espaço virou reduto gótico e mudou de nome na década de 1990. Fechou em 2009. "O novo Madame será como o original, sem tinta preta nas paredes ou caveiras. Os DJs tocarão com vinil e não vai ter festa de blogueiro, como as baladas moderninhas", dispara Gé.

Sem reforma, o local está em péssimas condições, cheio de entulho.
"Acho difícil o Madame voltar a ter o glamour de antes. Era uma época muito efervescente", opina o escritor Marcelo Leite, autor de "Madame Satã: O Templo do Underground nos Anos 80" (Lira Editora, R$ 43,90, 100 págs.).

A proposta de revigorar o casarão tombado vem após problemas da última administração, que não tem vínculo com a gestão de Gé. Em 2009, foi criado um evento chamado "Madame Satã Fest", cancelado sem devolução do dinheiro dos ingressos.

Gé quer promover no clube atividades culturais de dia, como curso de DJ para moradores da região. "Quero dar vida a este quarteirão abandonado."

 

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