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02/08/2012 - 04h00

Promessa de deixar legado aos moradores seduziu o Comitê Olímpico

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Quando venceu a disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2012, em 2005, Londres seduziu o Comitê Olímpico Internacional com a proposta de revitalizar sua região leste, deixando um legado a seus moradores. E a promessa está sendo cumprida.

Com planejamento, Londres driblou olimpicamente as intempéries
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Stratford, onde foi construído o Parque Olímpico, já conta com um grande empreendimento: o complexo Westfield, com um shopping, o maior da Europa, restaurantes, centro comercial e hotéis.

O projeto do Westfield em Stratford custou £ 1,75 bilhão (R$ 5,5 bilhões). Segundo John Burton, diretor de desenvolvimento da Westfield, o empreendimento seria levado adiante independentemente da Olimpíada, mas as obras foram aceleradas.

Além disso, depois de desmontadas as estruturas temporárias, o Parque Olímpico ficará como um legado à disposição da comunidade.

Para o Reino Unido, mais que a principal competição esportiva do mundo, os atuais Jogos de Londres são uma forma de entrar no mercado de negócios ligados a esportes e aumentar exportações.

Nick Baird, diretor-executivo do UKTI, órgão de promoção de comércio e investimentos governamental, declarou que, num cenário de recessão e demanda doméstica reprimida, o mercado global de infraestrutura esportiva é aposta promissora.

Os organizadores da Olimpíada, que vai até 12 de agosto, apostaram em dois argumentos: pontualidade na entrega das instalações e orçamento sob controle. O orçamento, contudo, é item bastante polêmico.

Olivia Harris/Reuters
Britânicos usam óculos com anéis olímpicos enquanto assistem competições em telão do Parque Olímpico
Britânicos usam óculos com anéis olímpicos enquanto assistem competições em telão do Parque Olímpico

Um relatório do Parlamento indicou que o custo final deve ser de £ 11 bilhões (R$ 35 bilhões), quando o orçamento previa gasto de £ 9,3 bilhões (R$ 29,6 bilhões). A estimativa, quando a candidatura foi lançada, não ultrapassava £ 3 bilhões (R$ 9,5 bilhões).

O banco Lloyds TSB estima que, considerados todos os efeitos do evento, haverá retorno de £ 21 bilhões (R$ 66,9 bilhões). O governo tem estimativa mais conservadora, e espera obter £ 13 milhões (R$ 41,4 bilhões) em quatro anos. Ainda de acordo com o governo, 4,5 milhões de pessoas a mais visitarão Londres nestes Jogos.

Howard Archer, economista-chefe para Reino Unido e Europa da consultoria IHS Global Insight, acredita que o PIB do país terá acréscimo de 0,3% no terceiro trimestre do ano graças à disputa olímpica, e que novos empregos serão criados, mas lista alguns pontos negativos.

Para Archer, a produtividade do país será afetada no período da Olimpíada e problemas na malha de transporte público podem ter impactos negativos na economia.

Em resumo, o economista avalia que a economia do Reino Unido ganhará uma medalha por receber a Olimpíada que, nesse momento, galvaniza atenções no mundo: mas o ouro é improvável.

 

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