Bolsonaro diz ter 'quase certeza' que derramamento de óleo foi criminoso

Análises da Petrobras apontaram a Venezuela como provável origem do petróleo; o país nega ter relação com o caso

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira (10) ter “quase certeza” que o derramamento de óleo que atingiu o litoral brasileiro foi criminoso.

“O último problema que tivemos: derramamento criminoso, com toda certeza, quase certeza que seja criminoso, na região costeira do Nordeste”, afirmou ao citar o caso para ilustrar as ações de seu governo a uma plateia de investidores.

O presidente Jair Bolsonaro durante evento em São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro durante evento em São Paulo - Amanda Perobelli/Reuters

“Nós já estávamos monitorando e atualizando as amostras de piche, aquilo é piche, não é petróleo em si, desde o mês passado”, afirmou.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, que também participou do evento, disse que o fato de o vazamento não ter sido comunicado às autoridades brasileiras é, por si só, uma irregularidade.

“Estamos levantando a possível origem do petróleo. Isso não significa que seja o responsável. O responsável é o navio que teve o possível acidente ou incidente. Se foi isso, deveria ter sido comunicado. Não comunicou o fato”, afirmou o ministro.

“Estamos levantando o possível tipo de óleo, o DNA do óleo, que está divulgado, produzido por outros países, não é do Brasil. Estamos levantando os possíveis países, as possíveis bandeiras, que, pelo período, podem ter sido responsáveis pelo vazamento.”

Análises feitas pela Petrobras apontaram a Venezuela como provável origem do petróleo. A estatal realizou uma série de testes bioquímicos em amostras coletadas nas praias e, oficialmente, afirmou apenas que não era óleo produzido no Brasil. 

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, também afirmou que o óleo deve ser venezuelano. “Esse petróleo que está vindo muito provavelmente é da Venezuela, como disse o estudo do Petrobras. É um petróleo que vem de um navio estrangeiro, ao que tudo indica, navegando perto da costa brasileira, com derramamento acidental ou não”, disse Salles em audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados nesta quarta (9). 

O país nega ter responsabilidade quanto ao vazamento.

Em comunicado conjunto, o Ministério do Petróleo e a empresa estatal de petróleo PDVSA disseram que não receberam nenhum relato de clientes ou subsidiárias sobre vazamentos de petróleo perto do Brasil.

“Consideramos as declarações infundadas”, disse o comunicado, observando que as manchas estavam localizados a cerca de 6.650 quilômetros de sua infraestrutura de petróleo. “Não há evidências de vazamentos de petróleo nos campos de petróleo da Venezuela que possa ter causado danos ao ecossistema marinho de nosso vizinho.”

“A indicação de origem Venezuelana do óleo se baseia em análise técnica laboratorial da Petrobras. A hipótese aventada é que pode ter sido derramado a partir de navios que trafegaram ao longo da costa brasileira, e não necessariamente de campos do governo ditatorial venezuelano”, disse Salles à jornalista e colunista Mônica Bergamo.

Viu manchas de óleo no litoral do Nordeste? Mande seu relato para a Folha ​ ​ ​

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