Descrição de chapéu indígenas

Indígenas relatam invasão de garimpeiros no Pará

Cacique da aldeia Karimaa, na terra indígena Xipaya, afirma que balsa de grandes proporções chegou pelo rio

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Rio de Janeiro

A indígena Juma Xipaia, cacique da aldeia Karimaa, no Pará, afirmou em suas redes sociais que o território indígena Xipaya foi invadido nesta quarta-feira (14) por garimpeiros em balsa.

De acordo com o relato dela, publicado em suas redes sociais, os invasores usaram de violência contra o seu pai, que registrava a movimentação com um celular.

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Juma Xipaia, cacique a aldeia Karimaa, da terra indígena Xipaia, relatou invasão por garimpeiros nesta quarta-feira (14) - Uesle Marcelino - 23.jun.2021 / Reuters

"Estão invadindo nosso território. Entraram com uma balsa supergigante. Agiram com violência com meu pai. Tentaram pegar o celular dele, porque estava filmando. Guerreiros estão descendo para pedir que saiam do território", afirmou Juma.

"Estamos com muito medo. Estou aqui para morrer do coração. Muito aflita porque não sei o que vai acontecer com meus parentes", disse ainda ela.

Nesta quinta-feira (15), Juma publicou novo vídeo relatando que a balsa havia se afastado da aldeia.

"Foi muito rápido. Quando saíram de manhã para o castanhal, não tinha mais [balsa]. Era uma balsa de dois andares. Equipamentos grandes e caros. Tem grande financiador atrás disso", disse ela.

A Polícia Federal afirmou, em nota, que enviou reforço para a segurança na região da aldeia em conjunto com Força Nacional, ICMBio, Ibama e Funai.

"Equipe da Força Nacional que fazia segurança de uma fiscalização do ICMBio na Reserva Extrativista do Iriri, que fica próxima à terra indígena Xipaia, já está no local. Em paralelo, outras equipes da Força Nacional e da Polícia Federal em Itaituba/PA estão em deslocamento, com apoio da FUNAI, para a mesma região, de forma a reforçar a segurança e combater o garimpo ilegal na Resex do Iriri e na terra indígena Xipaia", diz a nota.

O Ministério Público Federal no Pará e a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), coordenadora da frente parlamentar pelos Direitos dos Povos Indígenas, afirmaram que acompanham a situação e informaram os órgãos competentes. A Funai ainda não se pronunciou.

O relato surge três dias depois da morte de dois indígenas yanomamis num conflito com membros de outra aldeia acompanhados, segundo relatos, de garimpeiros.

"Junto com os garimpeiros, a comunidade Tirei atacou a comunidade Pixanehabi, onde morreram dois yanomamis", disse o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye´kuana, Júnior Hekurar Yanomami, em vídeo divulgado pelo portal G1.

Segundo ele, os moradores da comunidade atacada são contrários ao garimpo, atividade que é ilegal em terras indígenas. "Por isso os garimpeiros deram 80 armas para a comunidade Tirei, incentivando o conflito."

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