Planeta teve o agosto mais quente já registrado, diz agência dos EUA

Temperatura média global foi 1,25°C superior à média do século 20 para o mês

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Delger Erdenesanaa
The New York Times

O mês passado foi o agosto mais quente do planeta nos 174 anos de registro da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa, na sigla em inglês), disseram autoridades da agência americana nesta quinta-feira (21). A temperatura média global da superfície do planeta foi 1,25°C superior à média do século 20 para o período de agosto.

"Certamente estamos estabelecendo recordes significativamente maiores", disse Karin Gleason, climatologista da Noaa.

Junho e julho de 2023 também foram os meses mais quentes registrados globalmente, o que significa que o hemisfério norte teve seu verão mais quente já registrado, e o hemisfério sul teve seu inverno mais quente.

Pessoas caminham em rua alagada
Enchente em Batabano, em Cuba, causada pelo furacão Idalia, que também atingiu os EUA em agosto - Yamil Lage - 29.ago.2023/AFP

As temperaturas globais da superfície do mar atingiram um recorde histórico pelo quinto mês consecutivo.

Nos Estados Unidos, agosto foi o nono mais quente já registrado. Mas os estados da Flórida, Louisiana e Mississippi estavam especialmente quentes e viveram o agosto mais quente de todos os tempos.

Agosto registrou a formação de 19 tempestades nomeadas em todo o mundo, sendo que 8 atingiram a força de ciclones tropicais. Seis dessas tempestades, incluindo 2 furacões, ocorreram no oceano Atlântico —em quantidade maior do que o usual para a região.

Os Estados Unidos tiveram 23 desastres climáticos, que custaram mais de US$ 1 bilhão cada um em danos, até agora em 2023. Esse é o maior número já registrado em um único ano, mesmo quando ajustada a inflação em valores de anos anteriores.

Isso incluiu o furacão Idalia, de categoria 3, na Flórida e os incêndios florestais no Havaí no mês passado. Os incêndios em Maui foram exacerbados pelos ventos do furacão Dora e acredita-se que tenham causado a morte de 97 pessoas.

O sul da Califórnia também teve seu primeiro aviso de tempestade tropical durante o furacão Hilary no final de agosto. Em muitas áreas choveu mais em 48 horas do que costuma acontecer durante todo o ano.

O efeito das mudanças climáticas nos furacões não é direto. À medida que os padrões de vento mudam, pode haver ligeiramente menos tempestades tropicais. Mas, quando as tempestades se formam, elas vão obter mais energia do oceano mais quente e se tornar mais fortes, às vezes em um único dia ou em apenas algumas horas. É provável que mais furacões atinjam a categoria 3 ou superior, como ocorreu com o furacão Idalia.

Os cientistas da Noaa afirmaram que 2023 provavelmente será o ano mais quente ou o segundo mais quente registrado pela humanidade, depois de 2016. As condições do El Niño, que liberam calor adicional na atmosfera e estão associadas a anos em média mais quentes, devem persistir pelo menos durante o inverno do hemisfério norte (verão no hemisfério sul).

"Esperamos que o calor continue pelo resto de 2023", disse Gleason. Dependendo de quanto tempo o El Niño persistir, somado ao aquecimento global constante causado pelas mudanças climáticas, "é possível que 2024 seja ainda mais quente do que 2023", afirmou ela.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.