Aeronaves lançam sementes nativas para recuperar encostas de rios no RS

Ação quer reflorestar áreas ribeirinhas danificadas por enchente histórica no rio Taquari

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Porto Alegre

Uma operação aérea lançou cerca de 5 milhões de sementes para recuperar a vegetação de áreas atingidas pela enchente no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (17), Dia Nacional de Proteção às Florestas.

Com o apoio de dois helicópteros do exército e um da PRF (Polícia Rodoviária Federal), equipes sobrevoaram trechos do rio Taquari para fazer o replantio em áreas de encostas e barrancos.

Na foto, um helicóptero preto sobrevoa uma área arborizada e despeja pequenas buchinhas brancas contendo sementes em direção ao solo.
Ação de replantio de vegetação danificada pelas enchentes no Vale do Taquari contou com três helicópteros - Anselmo Cunha/Folhapress

As sementes foram distribuídas em pequenas buchas de papel germinativo, material biodegradável utilizado em cultivos, e jogadas aos punhados por agentes da operação militar Taquari 2, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) e da Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente).

A semeadura incluiu 24 espécies nativas da região, como angico, jabuticabeira, maricá e timbaúva, e 3 espécies forrageiras (aveia, nabo e e ervilhaca) para proteger a terra. Além do lançamento de sementes, a ação incluiu o plantio de mudas de árvores.

Fundamental para a estabilização do solo, a vegetação ribeirinha da região foi danificada pelas enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio.

O dano à mata protetora pode agravar deslizamentos e traz risco à população que mora em áreas próximas a encostas ou transita em rodovias vizinhas ao curso do rio. As enchentes de maio agravaram o dano ambiental ocorrido em setembro pela cheia histórica anterior do Taquari.

Na foto, duas pessoas seguram pequenas trouxinhas de papel contendo terra e sementes
Ação fez semeadura de 24 espécies nativas e três forrageiras - Anselmo Cunha/Folhapress

A semeadura cobriu áreas nos municípios de Santa Clara do Sul, Marques de Souza e Pouso Novo. A mistura das sementes, coordenada pela Sema, foi preparada por alunos do ensino fundamental de escolas das cidades.

Segundo o general Paulo Roberto Pimentel, comandante da 3ª Divisão de Exército, a atividade aponta uma nova etapa da operação Taquari 2, que chegou a contar com mais de 24 mil militares no momento mais duro das chuvas.

"São cerca de 80 dias ao lado da sociedade, e agora uma mudança de fase onde obviamente outras capacidades são importantes", disse o general.

Com o fim das ações imediatas como resgates, distribuição de alimentos e montagem de hospitais de campanha e abrigos, uma nova prioridade é o auxílio na reconstrução ambiental e da infraestrutura no estado.

"A instituição [Exército] tem essa capacidade tanto de coordenação quanto de ajudar em todo tipo de logística de transporte, mas também na preparação dos ambientes, no lançamento das sementes", conta Pimentel.

A iniciativa de replantio faz parte do projeto SemeAr, composto também pela Univates (Universidade do Vale do Taquari) e prefeituras da região.

O dia 17 de julho foi escolhido para comemor ar a proteção às florestas por ser a mesma data que celebra a lendária figura do curupira, protetor da natureza.

Além dos danos em florestas e beiras de rio, as cheias também causaram estragos em solos utilizados para agricultura. De acordo com levantamento da Emater-RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), ao menos 2,7 milhões de hectares de terra tiveram perdas de fertilidade ou erosão hídrica em todo o estado.

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