A cobertura de mudanças climáticas da Folha fica mais ampla a partir deste domingo (29), com a estreia do projeto Planeta em Transe. A iniciativa tem apoio da Open Society Foundations.

O primeiro conteúdo da série é uma entrevista com Vanessa Nakate, 25, ativista climática de Uganda. Ela ganhou notoriedade nos últimos anos após liderar protestos do movimento Fridays For Future em seu país, com inspiração nas greves de jovens realizadas às sextas-feiras sob comando da sueca Greta Thunberg, 19.

Além de Nakate, o projeto Planeta em Transe entrevistará 23 nomes (ao todo serão 12 brasileiros e 12 de fora do país) que atuam no tema da crise climática, entre especialistas e ativistas. As conversas serão publicadas quinzenalmente em texto e vídeo, com versões em português e inglês.

"Atualmente não podemos falar de direitos humanos sem falar da crise climática", destaca Iago Hairon, coordenador de justiça climática para a América Latina na Open Society Foundations.

"Temos que entender as narrativas das pessoas que estão na linha de frente dessa crise. No Brasil, precisamos fazer isso especialmente com as vozes amazônicas. E a Folha é um meio importantíssimo para que essas novas vozes sejam ouvidas", diz Hairon.

"A crise climática antecede e se sobrepõe às outras crises, pelo impacto em todos as pessoas e setores. Cobri-la com o rigor do jornalismo profissional e os preceitos de nosso projeto editorial é missão de um jornal como a Folha", afirma Sérgio Dávila, diretor de Redação.

As entrevistas ficam a cargo dos jornalistas Cristiane Fontes e Marcelo Leite, responsáveis também pela concepção do projeto, com edição de Giuliana de Toledo.

Planeta em Transe também reunirá reportagens sobre a pauta de meio ambiente nas eleições de 2022, com ênfase nos problemas que envolvem a Amazônia. Os desafios em nível federal e estadual e como eles são abordados, ou não, nas campanhas políticas serão o foco desse trabalho.

"A cada ano, centenas de cidades do Brasil decretam situação de emergência e estado de calamidade. Muitos desses problemas estão relacionados à crise climática. A discussão não é para daqui a 50 anos, precisamos de novas políticas públicas para agora", afirma Hairon, sobre a relevância do tema nos programas dos candidatos.

A pauta ambiental nas eleições também será debatida em um seminário online, aberto ao público, a ser realizado antes do pleito. A data do evento, que terá tradução simultânea para português e inglês, será anunciada oportunamente.

Antes, o projeto organizará ainda um seminário digital de balanço dos compromissos climáticos do Brasil e do mundo após a COP26 (26ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), realizada em novembro de 2021 na Escócia. As discussões servirão de aquecimento para a COP27, marcada para novembro deste ano no Egito.

A conferência em Sharm el-Sheikh será acompanhada in loco por repórteres da Folha, também como parte do projeto Planeta em Transe. Será feita ainda, em setembro, a cobertura da Climate Week, evento sobre clima que reúne líderes mundiais em Nova York.