Mundo tem 50% de chance de aquecer 1,5° C até 2026, alerta ONU
Medida está dentro do estipulado no Acordo de Paris, que prevê conter o aumento da temperatura média abaixo de 2° C em relação aos níveis pré-industriais
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Existe uma probabilidade de quase 50% de que o aumento das temperaturas em relação aos números pré-industriais ultrapasse o limite de 1,5°C temporariamente nos próximos cinco anos, indicou a ONU nesta terça-feira.
Isso não significa que as temperaturas irão se estabilizar de forma duradoura acima do limite, no sentido estipulado no Acordo de Paris sobre o clima, que busca conter o aumento da temperatura média abaixo de 2° C em relação aos níveis pré-industriais e, na medida do possível, que esse aumento permaneça abaixo de 1,5° C.
Segundo o novo boletim sobre o clima divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) das Nações Unidas, as chances de ultrapassar +1,5° C crescem desde 2015, quando esse risco era praticamente nulo.
De 2017 a 2021, a probabilidade era de 10%, mas passou "para quase 50% no período 2022-2026", indicou a OMM. No entanto, existe apenas uma pequena probabilidade (10%) de que a média desse quinquênio ultrapasse o limite de +1,5° C.
"Este estudo mostra, com grande confiabilidade científica, que estamos nos aproximando sensivelmente do momento em que atingiremos temporariamente o limite inferior do Acordo de Paris. A cifra de 1,5º C não é uma estatística escolhida aleatoriamente. Indica o ponto a partir do qual os efeitos do clima serão cada vez mais nefastos para as populações e para todo o planeta", ressaltou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
As previsões desse boletim são baseadas em dados do Serviço Meteorológico do Reino Unido (Met Office). O documento indica que é muito provável (93%) que pelo menos um dos anos compreendidos entre 2022 e 2026 seja o mais quente já registrado (recorde ostentado pelo ano de 2016).
Leon Hermanson, do Met Office, esclareceu que, embora em um ano se supere o limite de 1,5° C, isso "não quer dizer que teremos superado o limite emblemático do Acordo de Paris", e sim "é um sinal de que nos aproximamos de um cenário em que o limite de 1,5° C poderia ser superado por um período prolongado".
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