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Milhares protestam em frente ao Parlamento britânico no Dia da Terra

Manifestação cobra ações contra mudanças climáticas; ativistas foram condenados a 3 anos de prisão na sexta-feira

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Londres | AFP

Milhares de pessoas protestaram neste sábado (22), Dia da Terra, em frente ao Parlamento britânico. A manifestação faz parte de uma ação planejada por ativistas para durar quatro dias, com o objetivo de destacar falhas ambientais do governo.

A iniciativa, do grupo ambientalista Extinction Rebellion (XR), começou na sexta-feira (21), quando a organização prometeu uma nova estratégia menos disruptiva e mais inclusiva do que os bloqueios maciços que se tornaram sua marca registrada.

Performance do grupo Red Rebel Brigade (brigada rebelde vermelha) em protesto do Extinction Rebellion em Londres neste sábado (22), Dia da Terra - Susannah Ireland/AFP

De acordo com o XR, milhares de pessoas se manifestaram do lado de fora de vários departamentos do governo na sexta "para destacar as falhas ambientais e sociais de todos eles".

O protesto deste sábado, centrado na natureza e na biodiversidade, começou na Abadia de Westminster, com os participantes —muitos deles crianças— fantasiados ou com máscaras de animais.

"Isso é uma emergência. Todos precisam unir forças para que as gerações futuras possam desfrutar de nosso belo planeta", disse Jenny O'Hara Jakeway, 47, que fez uma viagem de seis horas, a partir do País de Gales, com seus dois filhos para o protesto.

"Eu deveria protestar mais, mas minha vida é trabalho e família. Ser passiva não é mais uma opção, dada a urgência da situação [das mudanças climáticas]", disse à AFP.

Entre os cartazes que muitos carregavam, alguns diziam slogans como "Defendemos o clima, mas a polícia nos prende".

A marcha terminou na praça do Parlamento, onde os manifestantes deitaram-se no chão, fingindo-se de mortos: um "espetáculo simbólico" em que os participantes "jazem em silêncio, em memória e chorando pelo declínio doloroso de 70% das populações de animais selvagens desde o primeiro Dia da Terra, em 1970", de acordo com a organização.

Prisão

Na sexta-feira, dois ambientalistas da organização britânica Just Stop Oil foram condenados a até três anos de prisão por terem escalado uma ponte sobre o rio Tâmisa, o que causou grandes engarrafamentos. A sentença, incomum para esse tipo de ação, foi considerada excepcionalmente rígida.

Em 17 de outubro, Morgan Trowland, 40, e Marcus Decker, 34, usaram equipamentos de escalada para subir ao topo da ponte Rainha Elizabeth 2ª, no sudeste de Londres. Eles exigiam que o governo britânico acabasse com a exploração de hidrocarbonetos no país.

A ponte ficou fechada das 4h às 21h, causando enormes problemas problemas no trânsito, que precisou ser desviado para túneis próximos.

O juiz Shane Collery, do tribunal de Southend, condenou Trowland a três anos de prisão e Decker a dois anos e sete meses.

"Eles devem ser punidos pelo caos que causaram e para desencorajar outros de imitá-los", disse o juiz. Os dois estão detidos desde 20 de outubro.

A Just Stop Oil denunciou, por sua vez, "a sentença mais grave para uma ação pacífica sobre o clima no Reino Unido".

Pedestre arrasta ativista do grupo Just Stop Oil durante bloqueio de rua para protesto em Londres em outubro passado - Henry Nicholls - 15.out.2022/Reuters

A ponte Rainha Elizabeth 2ª é usada por cerca de 160 mil veículos por dia e se conecta a uma das rodovias mais movimentadas da Europa.

A polícia de Essex afirmou que os afetados incluíam uma "mulher grávida que precisava de atenção médica urgente".

Desde que a Just Stop Oil iniciou seus protestos, em abril de 2022, suas ações levaram a mais de 2.000 detenções e 138 pessoas presas, segundo a organização.

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