Siga a folha

EUA suspende construção de terminais de exportação de gás por 'ameaça existencial' climática

Biden, em campanha pela reeleição, afirmou que seu governo 'não cederá a interesses particulares'

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

AFP

O presidente americano Joe Biden anunciou, nesta sexta-feira (26), uma moratória à construção de novos terminais de exportação de gás natural liquefeito (GNL), devido à "ameaça existencial" representada pela crise climática.

"Essa pausa nas autorizações [para terminais de exportação] de GNL toma a crise climática pelo que ela realmente é: a ameaça existencial do nosso tempo", afirmou em um comunicado o presidente.

O gás natural é um combustível fóssil e, portanto, contribui muito para emissões de gases de efeito, causadores do aquecimento global.

O presidente americano Joe Biden, ladeado pela secretária de Energia, Jennifer Granholm, e o conselheiro sênior de Segurança Energética, Amos Hochstein, em evento na Casa Branca - Jonathan Ernst - 19.out.2022/Reuters

O anúncio ocorre em plena campanha eleitoral nos Estados Unidos, quando se desenha um novo confronto direto entre Biden —que em 2022 conseguiu a aprovação legislativa de um enorme plano de financiamento para a transição energética— e Donald Trump —que questiona que a mudança climática seja uma realidade, apesar do consenso científico a esse respeito.

"Os republicanos do Maga ['Make America Great Again', slogan da campanha de Trump] negam a urgência da crise climática" e "condenam o povo americano a um futuro perigoso. Meu governo não permanecerá passivo", afirmou Biden. "Não cederemos a interesses particulares", acrescentou.

Impulsionado pela produção de gás de xisto, os Estados Unidos são o maior exportador mundial de GNL, segundo dados publicados pela organização internacional Cedigaz relativos ao primeiro semestre de 2023.

Sete terminais de exportação de GNL estão operacionais nos Estados Unidos, com volumes de 328 milhões de metros cúbicos por dia trazidos ao mercado, segundo a Agência de Informação sobre Energia dos EUA.

Oferta atual e futura

Nenhuma nova permissão para exportação será aprovada antes que o Departamento de Energia tenha atualizado suas avaliações de cada projeto, afirmou a secretária da pasta, Jennifer Granholm. A atualização, no entanto, deverá levar vários meses, segundo um funcionário de alto escalão dos Estados Unidos.

A organização ambientalista Sierra Club considerou a decisão "uma mudança de política positiva e significativa".

No início de dezembro, durante a COP28, a conferência sobre o clima da ONU, em Dubai, mais de 250 organizações e grupos de defesa do meio ambiente pediram à Biden que não autorizasse novos terminais de GNL.

Em uma carta à secretaria de Energia, diversas entidades que representam o setor energético americano expressaram sua rejeição à moratória. No documento, argumentam que esta indústria cria empregos no país e garante o abastecimento da Europa, privada do gás russo desde o embargo após a invasão da Ucrânia.

No ano passado, cerca de metade das exportações americanas de GNL tiveram como destino a Europa, segundo a Casa Branca.

Os projetos autorizados continuarão e a oferta atual e a curto prazo de GNL nos EUA não será afetada, explicou Granholm.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas