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Por que a comida parece perder o sabor no espaço

Pesquisadores dizem ser preciso ajustar o aroma dos alimentos para melhorar a dieta dos astronautas

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DW

Atrofia muscular, deterioração óssea ou piora da função hepática. Essas são apenas algumas das várias condições a que o corpo humano está sujeito quando passa muito tempo no espaço, algo que poderia eventualmente representar um risco para a saúde dos viajantes espaciais.

No entanto, os astronautas relatam sofrer de outro problema estranho: a comida é insípida ou sem sabor e, por isso, eles acabam perdendo o apetite. Agora, um grupo de pesquisadores sugere que isso pode ser devido ao aroma dos alimentos, de acordo com um estudo publicado em julho deste ano no periódico International Journal of Food Science and Technology.

Astronautas Tracy C. Dyson e Sunita Williams se preparam para comer sobremesa na Estação Espacial Internacional, no dia 11 deste mês - Nasa Johnson

Estudos anteriores sugeriram que a baixa gravidade faz com que o fluido corporal se desloque das partes inferiores para as superiores do corpo, causando inchaço facial ou congestão nasal, afetando os sentidos do olfato e do paladar. Entretanto, alguns astronautas disseram que o problema persistiu mesmo após o desaparecimento desses sintomas.

"Os astronautas continuam a não conseguir desfrutar de sua comida mesmo depois que os efeitos da mudança de fluido passam, sugerindo que há algo mais acontecendo", disse a autora principal do estudo, Julia Low, em um comunicado da universidade Instituto Real de Tecnologia de Melbourne.

A nova pesquisa acrescenta que esse fenômeno também pode estar enraizado em fatores psicológicos, como longos períodos de isolamento e desconforto, que podem influenciar a percepção de aromas e a atratividade dos alimentos.

Simulador espacial

Os cientistas testaram um grupo de 54 participantes, que estavam em dois ambientes: um normal e um de realidade virtual, projetado para simular a experiência de estar na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inlgês).

Na simulação, os participantes do experimento viram objetos flutuantes, juntamente com "aparelhos espaciais montados para evocar uma sensação de desordem e confinamento" e um ruído de fundo que "imitava os sons operacionais altos que foram registrados na ISS".

Os participantes receberam amostras de três odores: limão, amêndoa e baunilha. Em seguida, foi solicitado que classificassem a intensidade de cada odor em uma escala de 1 a 5 nos dois ambientes. Depois de concluírem o experimento, os participantes disseram que o cheiro de limão era o mesmo nos dois ambientes, mas os cheiros de amêndoa e baunilha eram mais intensos na sala que simulava a ISS.

Os pesquisadores suspeitam que o fator principal seja o benzaldeído, um composto aromático volátil encontrado na amêndoa e na baunilha, mas não no limão. "Talvez certos compostos voláteis que compartilham perfis de odor comuns (por exemplo, doce) tenham maior probabilidade de serem afetados contextualmente em comparação com outros (por exemplo, cítrico)", afirmam os cientistas.

Trabalhando para ajudar pessoas isoladas

Ao concluírem que os odores influenciam o contexto e o ambiente em que os astronautas ou pessoas isoladas se encontram, os cientistas sugerem que ajustar o cheiro dos alimentos pode ser uma forma de melhorar a dieta e a nutrição desses grupos.

"O que veremos no futuro com as missões Artemis são missões muito mais longas, de anos, especialmente quando formos a Marte, por isso precisamos realmente entender a dieta e as questões alimentares e como os membros da tripulação interagem com a comida", disse a coautora Gail Iles no comunicado.

A autora principal do estudo, Julia Low, acrescenta que um dos objetivos de longo prazo da pesquisa é "desenvolver alimentos mais bem adaptados para os astronautas, assim como para outras pessoas em ambientes isolados", a fim de aproximar sua ingestão nutricional do patamar ideal.

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