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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

As invenções de Didi e João

E um presidente sem noção no Maracanã

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Rio de Janeiro

Em dez minutos de conversa, Ivan Soter, autor da “Enciclopédia da Seleção”, me aponta o que de melhor se passou na relação de amor entre o time do Brasil e o Maracanã. A recente conquista da Copa América foi, digamos, um casinho. 

Na lista para valer constam, entre outras proezas, quase todas as partidas da Copa de 1950, em especial o baile de 6 a 1 na Espanha; em 1954 o 4 a 1 no Paraguai, com a marca do maior público presente no estádio; em 1957, a estreia de Pelé vestindo a canarinho e deixando o dele (2 a 1 para a Argentina); em 1959, o amistoso com a Inglaterra (2 a 0 para nós), em que a torcida vaiou Julinho porque queria Garrincha e depois, ao perceber que “estava diante de um dos mais extraordinários jogadores do planeta”, aplaudiu o ponta do Palmeiras; em 1993, a classificação para a Copa dos EUA, com Romário fazendo os dois gols contra o Uruguai.

Ivan não lembrou (mas poderia) o Brasil e Peru de 1957, em que Didi, ao marcar de falta e garantir a classificação para a Copa da Suécia e para o primeiro título mundial, espantou o mundo com a folha seca. É curioso que, um ano depois da invenção de Didi, João Gilberto apresentou a sua: a batida ao violão da bossa nova na gravação de “Chega de Saudade”. Éramos um país moderno e vitorioso, e nos orgulhávamos disso.

Hoje resta o atraso. Cujo paradigma é um presidente que, no luto, demonstra maior apreço por MC Reaça do que por João Gilberto. Sem noção, comparece ao Maracanã para torcer fazendo arminha e “mitar” na hora do gol —quase caiu. Penetra na festa alheia, foi reprovado com vaias.

Morreu o craque Mendonça. Jogou nas décadas de 1970 e 1980, período aziago para o Botafogo, mas os torcedores mirins todos queríamos nos parecer com ele. Ou como disse meu amigo Pedro Só: “Até meus 12 anos, gostava mais do Mendonça do que de menina”.

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