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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Receita de Carnaval

Nem a abstinência sexual de Damares nem a depravação total de Bolsonaro

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Que Carnaval você prefere? Tem para todos os gostos. Só não espere encontrar a abstinência sexual sonhada pela ministra Damares. Tampouco a "depravação total", nos moldes a que se refere o presidente Bolsonaro, culpando, naturalmente, o PT pelo clima de Sodoma e Gomorra em que vivíamos em tempos recentes. Sem comparação até com o lendário Carnaval de 1919, cujo apetite de mulheres seminuas —ou seja, com o umbigo de fora— tanto impressionou os irmãos Mario Filho e Nelson Rodrigues, tendo gerado uma enorme quantidade de filhos nove meses depois.

Desde seus primórdios, a música popular no Brasil sempre usou os fatos políticos como tema. Neste ano, como em anteriores, blocos e escolas de samba vão castigar com humor o presidente mentiroso e seus filhos celerados, os ministros alienígenas e boquirrotos, os governadores genocidas, os prefeitos que agem como baratas de igreja. Tão em voga nos gabinetes, a censura (ainda) não alcança as ruas. Caso você não queira se envolver, basta ficar em casa, maratonando séries ou chupando o dedo. Daqui a pouco, é Quarta-Feira de Cinzas, vida que segue.

Nos costumes, não é necessário aderir ao politicamente correto. Fantasie-se de mulher ou de homem, índia, cigana, nega maluca, enfermeira, baiana, dondoca, mendigo, padre, árabe, china-pau, tirolês, zé pelintra, miliciano, geosmina, do que bem quiser e, se conseguir, fuja do chato problematizador. 

Na moda, nem a Casa Turuna, com tradição de um século servindo à folia, está dando conta de tantas opções: ombreiras, colants, pochetes, viseiras, tiaras, quepes, franjas, cílios coloridos, a volta triunfal do quimono (de preferência com bordado de paetê) e o item preferido deste observador desinteressado --tapa-mamilo ou tapa-teta, em formatos e tamanhos variados. 

Só falta agora a decisão mais importante de todas: brincar no Rio ou em São Paulo?

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