Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Na terra da milícia tudo é possível

Religião, polícia e até Wilson Witzel embaralham eleição no Rio

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Em dois pontos as eleições no Rio de Janeiro reproduzem o cenário nacional. O primeiro é a preocupação com abordagens e temas religiosos, a quase guerra santa que hoje se confunde com a conquista do eleitor. Os três principais candidatos ao governo do estado —Cláudio Castro, Marcelo Freixo e Rodrigo Neves— iniciaram a campanha de joelhos, visitando igrejas, pedindo bênçãos e fazendo orações.

O segundo demonstra o crescimento do número de candidatos policiais militares e de outras forças de segurança, que costumam agregar a patente ou função ao nome que aparece no santinho: Delegado Fulano, Coronel Sicrano, Capitão Beltrano.

Há um terceiro aspecto semelhante, mas nem tanto, envolvendo o voto para presidente. As últimas rodadas de pesquisa apontam a lógica da campanha que se iniciou cedo demais: grande parte dos eleitores está convicta de sua escolha, resistindo a mudar de opinião. Como se sabe, Lula lidera. Em comparação aos dois maiores colégios do país, Minas Gerais e São Paulo, a disputa no Rio está mais apertada —o que também não é bom sinal para Bolsonaro, que em 2018 ganhou de lavada na preferência de cariocas e fluminenses.

O pleito para governador continua sem definição. O não voto (19% de nulos e brancos) ocupa o terceiro lugar. Cláudio Castro (26%) está mergulhado num esquema de clientelismo e corrupção irrigado com os milhões do leilão da Cedae. Para diminuir sua rejeição, Marcelo Freixo (23%) disse ser contra a legalização das drogas e a favor do "braço efetivo" da polícia no combate à criminalidade.

Na terra da milícia e dos pastores que agem como cabos-eleitorais, tudo é possível. Até o aparecimento de assombrações. Dizendo-se evangélico e filiado ao Partido da Mulher Brasileira, o impichado Wilson Witzel soma 4%, apesar dos direitos políticos cassados por cinco anos. Não satisfeito, lançou as candidaturas da mulher e da sogra.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas