Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Alvaro Costa e Silva
Descrição de chapéu jornalismo

Campanha de Bolsonaro vai além das fake news

Na prática, explora o preconceito religioso, ao lado de um caminhão de dinheiro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rainha da ribalta na eleição de 2018, a mamadeira de piroca é hoje uma vedete envelhecida que foi morar no Irajá. Ainda resiste em programas de humor e marchinhas de Carnaval e se prepara para uma tentativa de volta aos palcos na campanha ao Senado da ex-ministra da Mulher Damares Alves. Acontece que ela perdeu o viço nas pernas longas e mentirosas. Ao lado do kit gay e da Ursal, não consegue esconder a flacidez e as varizes.

Sob o título CPMI das fake news, charge mostra figura de uma mamadeira humanizada, com expressão de preocupação. Ela está sentada em uma cadeira, atrás de uma mesa com papeis e copo. À sua frente, um microfone. Na plaquinha com o nome lê-se "mamadeira de p****a
Charge de Benett publicada em 20.fev.2020 - Benett/Folhapress


Tanto que Damares foi chutada para escanteio por Bolsonaro, que preferiu apoiar a candidatura de Flávia Arruda, em mais um conluio com o centrão. Damares só voltou à disputa por artes de Michelle Bolsonaro, sincronizada com a ex-ministra no fanatismo religioso e, como a aliada, também useira e vezeira no artifício das fake news.

Uma mentira, no entanto, continua em plena forma, vivíssima nos grupos do Telegram e WhatsApp, nas páginas do Facebook e Instagram, na ação dos robôs, nos áudios e vídeos editados com inteligência artificial e nos subterrâneos da dark web. Está presente até na cabeça de papel do coronel escalado pelas Forças Armadas para fiscalizar as eleições.

Uma mentira que esbanja a mesma vitalidade demonstrada em 2018, quando grande parte dos eleitores acreditou nela, e foi responsável pela cassação do deputado bolsonarista Fernando Francischini. A informação (em verdade, a desinformação) de que houve fraude nas urnas eletrônicas com o intuito de contabilizar votos para Fernando Haddad. Em seu festival de cascatas, o presidente não perde a oportunidade de afirmar –sem provas–​ que ganhou aquelas eleições no primeiro turno.

Quatro anos depois, a esquerda gasta seu tempo comprando essa briga, como se a única estratégia de Bolsonaro se baseasse num paradoxo: desacreditar o sistema eleitoral. Enquanto isso, a campanha na prática é um caminhão de dinheiro e o emblema segundo o qual "Janja é macumbeira".

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.