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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Trem-bala é sonho de outro mundo

No Rio, além de faltar climatização nos ônibus, empresas desligam o ar-condicionado no verão

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Estão de volta as notícias sobre o trem-bala que ligaria o Rio a São Paulo. A ANTT autorizou a empresa TAV Brasil, que tem capital de R$ 100 mil, a investir R$ 50 bilhões para que o brasileiro possa ter a sensação conhecida pelo japonês desde 1964: uma linha ferroviária de alta velocidade. Como tudo ainda é um sonho —que começou no primeiro governo Lula—, me lembrei do trem de prata.

Funcionou de 1994 a 1998. Saía-se da Leopoldina às 20h30 e, numa velocidade de 60 km/h (ideal para pegar no sono), às 6h estava-se na Barra Funda. A composição tinha um carro-bar, dois carros-restaurantes e quatro carros-dormitórios de cabines duplas com suíte (ideal para namorar). Com o barateamento das passagens da ponte-aérea (lembram-se dessa época?), os passageiros foram sumindo na proporção em que o serviço decaía, com atrasos e interrupções provocados por falta de manutenção na linha.

A proposta do trem-bala —cuja viagem duraria 90 minutos, mais ou menos o tempo que se gasta de Copacabana, na zona sul, até o bairro de Santa Cruz, na zona oeste, onde estaria localizada a nova estação —prevê o aproveitamento da malha existente. Parece piada.

A cinco minutos do Centro, a estação Barão de Mauá, na Leopoldina, está desativada desde 2004 e em ruínas —como mostrou o repórter Yuri Eiras na Folha—, resultado dos imbróglios entre a União, o governo do estado e a Supervia.

Mais que um luxo, o trem-bala seria algo de outro mundo numa cidade em que a prefeitura é obrigada a multar em R$ 2,3 milhões as empresas de ônibus que circulam sem climatização ou com os aparelhos desligados. E a CCR, concessionária que controla o sistema de barcas, faz chantagem —com ameaças de pedir falência e de interromper o serviço para os passageiros— e consegue um acordo que garante uma indenização inicial de R$ 752 milhões por desequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão.

TGV, o trem-bala francês, na estação de Charenton-le-Pont, perto de Paris - Gonzalo Fuentes - 16.jan.23/Reuters

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