Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

As boas coisas da vida

Há um novo cisne-negro no parque Guinle e a praia do Flamengo, incrível, está balneável

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Trabalhando na imprensa ao longo de quase 60 anos, Rubem Braga sabia que jornais noticiam tudo, "menos uma coisa tão banal de que ninguém se lembra: a vida". Daí que, em suas crônicas, procurou falar da vida e das coisas boas que há nela, em especial a natureza, recordando a infância em Cachoeiro de Itapemirim, onde tomou banho de rio e andou por matas com árvores e bichos de toda espécie. Em sua cobertura de Ipanema, cultivou plantas e frutas e criou passarinhos.

Braga dava preferência aos pássaros canoros: curió, bicudo, sanhaço, sabiá, tiê-sangue, cambaxirra, gaturamo, canário. Não tinha lá grande simpatia pelo cisne, símbolo de harmonia e serenidade. Mas haveria de se indignar com o duplo assassinato de Romeu e Julieta, casal de cisnes que embelezava o parque Guinle, em Laranjeiras.

Julieta foi morta a facadas em 2019, quando um cão atacou o ninho de Goiabinha, primeiro filhote do casal. A ave tentou defendê-lo, o dono do cão entrou na briga e cortou o pescoço dela. Quatro anos depois foi a vez de Romeu, morto em agosto por um homem que tentava roubar o animal –não se sabe se para negociar ou comer. Os dois estão enterrados perto do lago onde viviam.

Há também a história do serial killer de árvores, a qual deixaria o cronista enfurecido. O homem age na Tijuca, de preferência na rua Afonso Pena, habitat de micos e bem-te-vis. Seis oitis estão praticamente mortos, secos e desfolhados; outros seis foram cortados, pois corriam risco de queda. Todos sofreram envenenamento. A marca do crime é a substância azulada que está no pé das árvores.

São dois casos tristes. Mas, procurando bem, ainda se acha coisa boa escondida no jornal. Lord, um cisne-negro, chegou para substituir Romeu no parque Guinle. E a praia do Flamengo está própria para banho! Diante da surpresa, faço como o velho Braga e lembro que, moleque, tomei muito caixote ali. Era uma delícia.

Praia do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro - Yuri Eiras/Folhapress

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas