Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

No Rio, o crime é íntimo do poder

Da fraude na vacina de Bolsonaro ao desvio de maconha, tudo se resolve no jeitinho

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Em mais um capítulo de sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid acusou Bolsonaro de ter dado ordem para fraudar os cartões de vacinação de Covid –o dele e o da filha, Laura, de 13 anos. Espanto nenhum. Na inversão de valores que virou marca do Brasil, há quem defenda que ele tinha esse direito.

Como não causa surpresa a maneira pela qual o faz-tudo do ex-presidente levou a cabo a missão. As investigações mostram que a fraude teve origem em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Servidores da prefeitura inseriram no ConectSUS os dados falsos não só dos Bolsonaro como de dois assessores. A exclusão dos dados, sob alegação de erro, para tentar encobrir o esquema, envolveu uma funcionária do município –feudo político de Washington Reis, supersecretário do governador Cláudio Castro.

Em outras épocas refúgio de nove entre dez golpistas de Hollywood, o Rio é hoje o paraíso de todos os arranjos, desde que criminosos na essência. Na semana passada, a PF prendeu quatro policiais civis enrolados na apreensão e, depois da conversa mediada por um advogado, na venda de 16 toneladas de maconha para traficantes. A pistola Glock do miliciano Faustão –cuja morte motivou o caos de fogo na zona oeste da capital– estava registrada no nome de um PM do Batalhão de Choque.

A Alerj –na qual age um grupo denominado "novo cangaço"– aprovou projeto enviado por Castro que altera regras de fundos especiais, alguns destinados à segurança pública, para uso "em qualquer despesa". A injeção de grana poderá chegar a R$ 3,5 bilhões.

Em troca, o governador –aquele que não "dá trégua à bandidagem"– mudou pela terceira vez o secretário de Polícia Civil, nomeando Marcus Amim, delegado e influenciador digital cujo padrinho é um deputado ligado a milícias da Baixada. Não por acaso o lugar onde se falsificam cartões de vacina para o presidente da República.

Polícia Federal faz operação que mira policiais civis suspeitos de tráfico de drogas, no Rio - Reprodução/Polícia Federal

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas