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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Educação à deriva e sob ataque

Além da volta das escolas cívico-militares, Câmara vota alterações no ensino médio

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Além do plano econômico "motosserra", de sufocar manifestações e de fazer da irmã Karina uma espécie de Drusila, a favorita de Calígula —uma ministra superpoderosa que ainda acumula a atividade de primeira-dama—, Milei cortou o número de ministérios. Dançaram pastas da Educação, Trabalho, Ciência, Meio Ambiente, Cultura.

Bolsonaro viajou à Argentina acompanhado da festiva roda de direita. Filho 03, puxa-sacos, deputados estaduais e federais, senadores, os governadores de São Paulo e Rio —estes largaram suas capitais em meio à onda de violência. Ao chegar ao poder, o capitão arranjou o mapa com 22 ministérios, embora tenha prometido 15 na campanha. Não cancelou geral, como Milei.

Talvez porque fosse mais divertido destruí-los aos poucos. Nesse ínterim, que servissem de boquinha para os comparsas. Na educação, houve cinco ministros, rol de nulidades, entre as quais um olavista, um lacrador de internet, um falsificador de currículo e um pastor envolvido num escândalo de corrupção com Bíblias e barras de ouro.

Hoje a educação é a segunda maior dor de cabeça dos brasileiros, só perdendo para a saúde, segundo o Datafolha. No pós-pandemia o desempenho dos estudantes tem sido baixíssimo. Em matemática 73% não sabem o básico; 70% completam o 2º ano do ensino fundamental sem ler nem escrever. E pode piorar ainda mais: o PL a ser votado na Câmara, com relatoria do deputado Mendonça Filho, favorece a expansão do ensino a distância.

O quadro débil não inibe a Frente Parlamentar em Defesa das Escolas Cívico-Militares, da qual faz parte o grande educador Zé Trovão. O senador Rogério Marinho apresentou um projeto para forçar o governo a manter a modalidade, revogada pelo MEC por comprometer recursos que deverão ser utilizados em frentes prioritárias. Bolsonaro gastou mais de R$ 100 milhões no programa, que atendeu o equivalente a 0,1% das escolas do país.

Professores protestam contra proposta de militarização de escolas públicas do Paraná em 2020 - Divulgação / APP-Sindicato

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