Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Descrição de chapéu Zagallo (1931 - 2024)

No fundo do coração Zagallo era Flamengo

Para despistar, ele se dizia América, clube simpático e campeão em 1960

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Ari, Jorge, Djalma Dias, Wilson Santos, Ivan, Amaro, João Carlos, Calazans, Antoninho, Quarentinha e Nilo. O time do América campeão em 1960. Foi o título mais importante na história do clube. Muitos leitores não eram nascidos (eu também não era), mas podem crer: conquistar o Campeonato Carioca naquela época não era moleza, os craques enxameavam. Naquele 18 de dezembro, quando o Mequinha venceu o Fluminense por 2 a 1, o escritor Marques Rebelo experimentou a maior felicidade da sua vida.

Hoje dão o América Football Club como morto. É uma quase verdade: o time está na segunda divisão do Carioca. Mas volta e meia ressurge, como fantasma. Com a morte de Zagallo, o espectro se exibiu, apropriadamente, nos obituários.

Circulou a notícia de que Zagallo era América, conforme o próprio havia declarado em entrevista. É uma tática de despiste, uma saída diplomática adotada por portugueses e espanhóis donos de botequim que não querem desagradar a freguesia. Afinal, o América é o segundo time de todo carioca, como se diz. Amigos de Zagallo, contudo, garantem que ele carregava sangue rubro-negro nas veias. Mas não desejava frustrar os torcedores do Botafogo, clube do qual se tornou ídolo.

Seguindo a ordem de Lamartine Babo na letra do hino ("Hei de torcer até morrer"), os americanos insistiram. Agora era Beckenbauer –morto três dias depois de Zagallo– que tinha simpatia pelo time da rua Campos Sales. Tudo é possível.

Até mais uma assombração: Romário é o novo presidente do América. Afirma ele que era o desejo de seu pai. Conversei algumas vezes com seu Edevair, que sonhava ver o filho vestindo a camisa rubra no auge da sua capacidade de fazer gols, não de terno e gravata e com os cabelos brancos. Torço para que Romário, como cartola, seja menos inoperante que como político. Dir-se-ia que no Senado, para usar a gíria boleira, o Peixe vive no "chinelinho".

Zagallo à época em que jogava no Botafogo - @Botafogo na rede X

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas