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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Rio não está mais em leilão

Acordo entre União e prefeitura vai transformar estação da Leopoldina em escola técnica

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No calendário das promessas cariocas, a estação Barão de Mauá é imbatível. Desde que ela foi fechada para o transporte, em 2001, e foi se tornando uma fachada pichada e caindo aos pedaços, não houve um ano em que não se anunciasse uma reforma na gare. É aquela que aparece no "Samba do Crioulo Doido", de Stanislaw Ponte Preta: "Dona Leopoldina virou trem/ E dom Pedro é uma estação também".

Os passageiros embarcavam para bairros do subúrbio e para Petrópolis, Friburgo, Campos e, usando o Trem de Prata, entre 1994 e 1998, para São Paulo. A eles era oferecido um serviço que aos olhos de hoje parece um luxo inimaginável: cafeteria, barbeiro, engraxate, charutaria, agência bancária. Um tempo condenado a viver na memória afetiva da população.

Fachada da Estação Leopoldina, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/Folhapress

A restauração nunca saiu do papel. O jogo de empurra entre o estado do Rio, a União e a Supervia, que opera trens urbanos, levou à ruína do imóvel construído em 1926 e tombado como patrimônio histórico. A situação não impediu que empresários espertos se aproveitassem para usar o local como palco de festas rave e, no entorno, instalar um tristemente irônico estacionamento de carros.

Um acordo com a União, assinado na semana passada, vai garantir que a prefeitura assuma a quase centenária Barão de Mauá. Os planos são que a antiga estação se transforme em escola técnica. A área total, com 114 mil metros quadrados, deve ganhar um centro de convenções, um conjunto habitacional financiado pelo programa Minha Casa, Minha Vida e mais uma Cidade do Samba, destinada às escolas da Série Ouro.

Boa jogada de Eduardo Paes, mas há de aguardar para gritar o gol. Pelo menos os imóveis da União espalhados na cidade —são mais de 500, muitos na região central e em condições precárias— não estão mais indo a leilão, com valores abaixo do mercado, como se fez no governo Bolsonaro. Até o Palácio Capanema quiseram torrar.

O edifício Gustavo Capanema, ou Palácio Capanema, no centro do Rio de Janeiro - Ricardo Borges/Folhapress

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