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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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O incansável golpismo de Bolsonaro

Ex-presidente defende o direito de agir como fora da lei

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Um áudio gravado em 8 de março de 2023, cinco dias após estourar o escândalo das joias, revela que Frederick Wassef orientou Bolsonaro a manter uma linha de defesa qualquer nota: classificar a notícia publicada em O Estado de S. Paulo como fake news, enfatizar a legalidade dos atos e acusar adversários de distorcer os fatos. "Sem adentrar em detalhes, em questões de leis e nem nada, porque o povo não tem tempo para ler e nem vai entender isso", disse Wassef, caprichando na linguagem que mistura trapaça com advocacia de porta de cadeia.

O ex-presidente —também o cabeça da Abin paralela— segue o conselho à risca. Para salvar a pele, voltou a promover a agitação extremista, como se tivesse o direito de agir como fora da lei.

Bolsonaro já havia sido indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro quando esteve em Balneário Camboriú —com o governador Tarcísio de Freitas, entre outros políticos— para um convescote da ultradireita. Nele, reforçou-se a estratégia de golpear o Poder Judiciário, com a exigência de perdão aos presos do 8/1 e anistia para que o capitão possa se candidatar em 2026.

Ao preço de R$ 149 a garrafa, os convidados podiam escolher vinhos da família (branco e tinto com o nome de Jair, rosé com o de Michelle). O auge da cafonice foi a entrega a Javier Milei da medalha com o rosto de Bolsonaro e os dizeres "incomível" e "imbrochável". No vídeo que registrou o encontro para a posteridade, nota-se que Milei não entendeu nada. Mas, como bom cupincha, sorriu.

Seria mais útil se Bolsonaro mandasse cunhar a insígnia de inimputável. Pois as provas apresentadas pela PF —extratos bancários, recibos de compra e venda, fotos e trocas de mensagens que corroboram as delações— não deixam a mínima dúvida. É pena que um esquema de ladroagem tão bem construído dentro da Presidência da República tenha agora de ser negado.

Bolsonaro e Milei em Balneário Camboriú - AFP

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