Siga a folha

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Descrição de chapéu

Medo deve alimentar marketing da segurança na eleição

Tema deve assumir o papel-chave ocupado pela economia nas disputas presidenciais

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O presidente Michel Temer fala sobre a intervenção do Exército na Segurança do Rio - Adriano Machado - 16.fev.18/Reuters

Michel Temer puxou a fila de candidatos que devem pegar carona nos tanques do Exército para ganhar pontos na campanha eleitoral deste ano. A violência nas capitais e a entrada do governo federal no ramo da segurança pública têm potencial para fazer com que o tema assuma o papel-chave tradicionalmente ocupado pela economia nas disputas presidenciais.

Ao anunciar a intervenção no Rio para combater o crime organizado, o governo joga o assunto no centro das próximas eleições —promovido de uma discussão anódina sobre o controle de fronteiras para um debate concreto sobre o combate à violência nas grandes cidades.

Não é coincidência que Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), tenham decidido apostar suas fichas na segurança e enterrar a reforma da Previdência —prioritária para a recuperação econômica. Driblaram, assim, Henrique Meirelles (Fazenda), que ficou sem plataforma e mais longe da corrida presidencial.

A atuação do governo federal na segurança pública é um tema relevante e encontrará terreno fértil para candidatos dispostos a cultivar um discurso de medo na campanha.

Pesquisa feita pelo Datafolha na cidade do Rio em outubro constatou que 90% dos cariocas se sentem inseguros nas ruas da cidade à noite e 79% têm receio de andar em seus próprios bairros nesses horários.

É inevitável que essa sensação tenha peso significativo para o eleitor na hora de votar para presidente, o que pode transformar a eleição deste ano em um concurso de propostas excessivamente duras (e potencialmente irresponsáveis ou ineficientes) para atacar o problema.

O discurso de Temer ao anunciar a intervenção revela como o medo pode ser explorado no jogo eleitoral. O presidente adotou um tom austero para dizer que o governo reagiria a criminosos que "sequestram o povo das nossas cidades". Foi incapaz de detalhar como isso será feito, mas cumpriu seu objetivo político.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas