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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Barbeiragem do governo acende fósforo ao lado do tanque de diesel

Interferência torta deu arma aos caminhoneiros que querem chantagear Bolsonaro

Sob chuva, o presidente Jair Bolsonaro participa de cerimônia em Brasília - Sergio Lima/AFP

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O vaivém da Petrobras na definição do preço do diesel e a interferência torta do governo na estatal são barbeiragens que conseguem projetar nuvens de desconfiança para todos os lados. Os investidores já não sabem para onde vai a condução da companhia e os caminhoneiros ganharam força para fazer novas ameaças de paralisação.

Depois de atender à ordem de Jair Bolsonaro para suspender o aumento de R$ 0,11 na última semana, a petrolífera anunciou que o litro do diesel vai subir R$ 0,10. O episódio foi tão mal conduzido que deu discurso aos motoristas que se diziam prejudicados pela política de preços da empresa. Certamente a pressão não era por esse centavo de diferença.

Quase tudo ficou mal explicado. O ultraliberal Paulo Guedes disse que o presidente não encostou o dedo na estatal. Ele alegou que o chefe só fez uma pergunta à cúpula da companhia. “Não tenho nada a ver com esse negócio”, teria dito Bolsonaro, segundo o relato do ministro.

Guedes jura que não haverá mais intervenções, embora admita que a Petrobras estuda mudar sua fórmula de preços. A incerteza acende um fósforo ao lado do tanque de diesel.

Os caminhoneiros fazem uma chantagem baixa, mas perceberam como funciona essa negociação. Se a pressão quase funcionou uma vez, quando Bolsonaro suspendeu o reajuste, eles podem recalcular os incentivos para novas manifestações.

Quando o governo ofereceu obras nas estradas e uma linha de crédito para os caminhoneiros, um representante disse que aquilo era uma esmola. Segundo ele, “o pessoal está eufórico” para desligar os motores.

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