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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Ciclo eleitoral não foi um bom negócio para os planos políticos de Doria

Tucano foi escondido, teve alta da reprovação em São Paulo e viu partido encolher

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Assim que a apuração mostrou o fiasco dos candidatos do Planalto nas eleições municipais, João Doria espezinhou o rival: “Vitória da democracia. Derrota de Bolsonaro”. O tucano pode ter ficado satisfeito com o tombo do desafeto, mas o ciclo de 2020 não foi exatamente um bom negócio para seus planos.

O resultado na capital paulista e os números das disputas no interior do estado só contam uma parte da história. Bruno Covas (PSDB) foi ao segundo turno depois de esconder o antecessor durante quase toda a campanha. Em vez de ser explorado para turbinar a candidatura, o apoio do governador surgia muitas vezes como um constrangimento.

A disputa também aprofundou arranhões em sua imagem. Dois anos depois que Doria deixou a Prefeitura sob desaprovação de muitos paulistanos, sua avaliação negativa disparou. Ao longo da campanha, o índice de eleitores que consideram o governo ruim ou péssimo subiu de 39% para 52% –percentual semelhante à rejeição a Bolsonaro na capital.

João Doria (PSDB) vota no primeiro turno das eleições municipais de 2020, em São Paulo - Marcelo Justo/Folhapress

Após assumir o controle da burocracia do PSDB para pavimentar sua candidatura ao Planalto em 2022, Doria viu o partido perder mais de um terço de suas prefeituras no primeiro turno: de 804 para 519. Embora tenha preservado espaço em São Paulo, a legenda derreteu em estados como Minas Gerais (segundo colégio eleitoral do país), Goiás e Paraná.

Enquanto o PSDB sai enfraquecido, partidos que eram vistos como satélites de uma candidatura presidencial de Doria avançam. Aos poucos, DEM e PSD ganham poder de barganha para uma eventual aliança com os tucanos na próxima eleição. Alguns caciques que defendiam seu nome para o Planalto já acreditam que a história pode ser diferente.

Com uma estrutura partidária menos robusta e problemas de popularidade na maior cidade do país, Doria tem um caminho mais acidentado pela frente. O futuro de seu projeto presidencial dependerá cada vez mais da eficácia de suas jogadas no plano nacional: a corrida da vacina e os embates viscerais com Bolsonaro.​

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