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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Bolsonaristas usam comissões da Câmara como playground político

Deputados fazem conferência antivacinas e votam projetos para energizar base radical

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A Câmara decidiu dar palco para uma conferência antivax. Parlamentares bolsonaristas organizaram uma audiência pública nesta quinta (25) para tentar derrubar uma proposta que amplia a vacinação contra o HPV. A turma aproveitou o evento para reativar seu negacionismo e voltou a espalhar desinformação sobre os imunizantes contra a Covid.

O debate teve só um lado. Os convidados eram um procurador e um neurocirurgião que defendem a cloroquina, uma médica que propagava a aplicação retal de ozônio contra a Covid e integrantes de uma associação de vítimas de vacinas. Idealizadora da audiência, Chris Tonietto (PSL) soltou dados falsos sobre os imunizantes aplicados na pandemia.

Bolsonaristas passaram a usar comissões da Câmara como um playground político. Com a pauta do governo dominada pelo acordo com o centrão, esses deputados encontraram um palanque para mobilizar seguidores nas redes e impulsionar seus nomes para a eleição de 2022.

Reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, presidida pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição e Justiça inaugurou um novo brinquedo na última terça (23), com a aprovação do projeto que reduz a idade de aposentadoria no STF. A ideia é antecipar a saída de integrantes da corte e permitir que Jair Bolsonaro indique dois novos nomes para o tribunal.

Os presidentes da Câmara e do Senado já indicaram que essa proposta não deve avançar, mas a votação serviu para energizar bolsonaristas ávidos por acenos golpistas.

Esse grupo ainda vai se distrair com outros itens da pauta presidencial. Na semana que vem, a Comissão de Segurança Pública debate um projeto de Eduardo Bolsonaro (PSL) que libera a publicidade de armas de fogo. O parlamentar diz que a proibição atual à propaganda é uma censura e que, "sem armas, o povo vira presa fácil para ditadores".

Até o filho do presidente deve ter percebido que, ao fim de três anos de mandato, o governo não tem resultados positivos para mostrar. Tudo indica que Bolsonaro vai reciclar os velhos itens de sua pauta ideológica na campanha do ano que vem.

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