Siga a folha

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Conflito de Bolsonaro com tribunais também interessa aos chefes do centrão

Líderes do bloco simulam moderação, mas ninguém acredita que Bolsonaro será um democrata em 2023

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Os chefes do centrão gostam de circular pelos corredores de Brasília como se fossem responsáveis por frear os impulsos autoritários de Jair Bolsonaro. Volta e meia, a turma que manda na operação política do governo espalha a ideia de que está incomodada com o comportamento golpista do presidente, diz trabalhar pela moderação e argumenta que os ataques à democracia atrapalham a campanha à reeleição.

Pode até ser que o bloco recomende a Bolsonaro um pouco mais de discrição, mas é difícil sustentar que o centrão tenha uma repulsa genuína aos planos do presidente de questionar o resultado das eleições.

Salvo engano, os líderes do grupo trabalham dia e noite para garantir mais um mandato para Bolsonaro. Como nenhum deles se notabilizou por fazer papel de trouxa na política, não há uma única alma no grupo que acredite que o presidente se tornará um democrata a partir de 2023.

O centrão aproveita a algazarra de Bolsonaro para agir como se o bloco e o presidente fossem duas coisas completamente distintas. Na quarta-feira (27), Valdemar Costa Neto foi ao TSE para dizer que as falas do capitão não refletem a posição do partido sobre as eleições. Dias antes, ele tinha dado palco para Bolsonaro repetir seus ataques ao tribunal, na convenção do PL.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, com o presidente Jair Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress

Ciro Nogueira (PP) também estava lá, vestindo a camisa da campanha à reeleição. Numa entrevista recente ao SBT, o chefe da Casa Civil disse acreditar na urna eletrônica, mas apontou que "é direito do presidente criticar" o processo.

Arthur Lira (PP) navega pelas mesmas águas. O presidente da Câmara distribui declarações públicas de confiança nas urnas eletrônicas, mas dá respaldo nos bastidores ao embate de Bolsonaro com o TSE e o STF.

A briga interessa ao centrão porque os tribunais são um contraponto político a Bolsonaro e, portanto, aos arranjos de seu consórcio com esses partidos. A prioridade do bloco é enfraquecer seus antagonistas, ganhar ainda mais influência e renovar o acordo que os mantém no poder.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas